terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O vazio mortífero da arte

   Talvez a arte seja um vazio que preenche as pessoas. Um fruto do nosso esvaziamento como ser se tornando um vazio quando sai de nós e preenche o vazio deixado por ela mesma ao sair. A arte vira vazio e nos deixa um vazio para ser preenchido em um ciclo contínuo, cujo significado muda constantemente conforme seu apreciador. Ela não é nada a não ser uma condição de significados criados por quem sente, portanto é tudo que nos resta e talvez tudo que somos mesmo sem saber.
   É como observar um quadro que o artista pintou por anos consecutivos e se sentir parte dele, mesmo sem sentir o que o artista sentiu ao pintá-lo, depois derramar um mar de sentimentos em cima de um texto, de um filme, de uma música, de uma prática diária, ou de qualquer maneira possível de nos descarregar, ou vice versa. É um looping de nossas manifestações como seres humanos, mortífera e crucial, nos matando e nos revivendo sempre.
   A arte condena todos os nossos supostos limites e somos obrigados a lidar com tudo de forma inteira e completa, somos obrigados a nos enxergar e despejar aquilo que nós somos em uma prateleira exposta, mesmo sem saber que o fazemos. Para viver é necessário saber que temos que morrer durante o processo.
   Afinal o que seria de uma vida meio viva ou uma morte meio morta, para se viver é preciso morrer e para morrer é preciso viver. O que usamos nesse processo é a arte do esvaziamento para criar grandes substâncias e nos mantermos nesse ciclo contínuo de início e fim, vida e morte, não necessariamente nessa ordem. 


Andressa Liz
     

31 de Dezembro

   Ali eu estava, no último dia do ano, tentando chegar a alguma última conclusão como se isso fosse aliviar minha angústia transitória, que insistia em continuar agarrada a mim não importava quantos anos passassem.  
Foi aí que minha tia chegou, com duas pessoas em seus calcanhares, um moço e uma moça. Fiquei ali observando aquelas personas desconhecidas como se elas tivessem entrado em território proibido como intrusas. Minha tia adiantou-se:
- Olha só como ela ta grande! Cê tinha visto ela quando era bem pequenininha né, tinha só um aninho, e ceis eram bem pequenos né.
   Foi a partir daí que se iniciou a troca de cumprimentos e comentários de anos atrás que poderia jurar que eram mentira se eu pudesse me lembrar algo de fato. Mas aí que está o grande ás da história, estava ali sem entender nada, cumprimentando pessoas que não conhecia dizendo que me viram quando eu era bem nova. 
   Fiquei ali pensando, fones no ouvido, porque esse simples acontecimento casual me incomodava tanto. Não descobri ao certo o porquê, mas reunir parentes longínquos no último dia do ano parece ser algo bem comum e é o único dia no ano todo que todos se tratam como parentes conhecidos de longa data, um pretexto para reunir toda a família e iniciar aqueles comentários de anos e anos atrás sobre coisas que ninguém mais se recorda ou se interessa, só pra jogar conversa fora mesmo, não há nada além pra falar. 
   O último dia do ano é pretexto pra todo mundo se reunir, para eventualmente se separar. Ir criando esperanças de que tudo vai ser diferente mas ainda assim finalizando sempre da mesma forma. Se os anos fossem de fato diferentes imagino que os finais não seriam da mesma forma todos os anos, mas insistimos sempre em fazer as mesmas coisas por mais que tenhamos nos tornado pessoas diferentes. 
   Não há nada pra se fazer além de ser nós mesmos, olhava todas aquelas pessoas desconhecidas na casa e ficava no meu canto, não porque fossem más pessoas, mas o contato com elas me irritava e angustiava. Nunca estamos sempre perto das pessoas que estimamos afinal, que passaram os dias próximos de nós e se distanciaram em datas que reúnem pessoas.
    Claro que nem todos se vão, uns ficam, alguns fisicamente e outros apenas ali na memória. A gente se lembra do dia a dia e pensa no tanto de coisa que aconteceu que não envolvia acontecimentos de décadas atrás que seus parentes fazem questão de sempre lembrar, e ainda comentar o quanto você cresceu ou está mudado. Conversa fiada sem valor nenhum. 
    E ali no vazio da consciência a gente tenta automaticamente lembrar de tudo e desejar que aquilo volte, mas é apenas um vazio. O calendário nos proporciona essa nostalgia limitada pelos 365 dias do ano, como se tivéssemos sempre um prazo de fim e renovação. A questão é que o fim e o começo independe dos dias do calendário.
   Por isso, eu vos digo que estou começando esse ano pelo fim, justamente pra esperar que o próximo começo seja diferente de tudo que supostamente limitava meu "ano novo" com conversas fiadas de tempos atrás perdidas em diálogos entediantes de lembranças remotas de coisas que já morreram com a gente junto do passado.
   Feliz ano novo pra todos que tentam ainda recomeçar do zero a partir da marcação do dia 1 do calendário, criando pretextos de recomeço para iniciar as mudanças prometidas por todo o ano, acúmulos de décadas atrás, talvez os parentes tenham razão afinal. Agora eu realmente desejo um ótimo feliz ano velho, desesperançosa, para todos que também pensam que esse ano novo mascara todos os fins. Enquanto isso a gente fica aqui comendo pratos de comida e olhando pro céu iluminado pelos fogos brindando taças de champagne, esperando que a esperança de que a marcação do 1 no calendário nos empanturre mais que a comida e ascenda uma faísca de renovação não só nos céus, mas sim dentro de nós. Claro que com o álcool fica mais fácil acreditar nisso, aí a função da cerveja, do vinho e do champagne indispensável no fim de ano. Acho bobagem, mas é o que se tem para acreditar.


Andressa Liz

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Um poema diz mais sobre o autor do que você imagina
e menos do que você deve imaginar que sabe

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

On the Road

Song by Liz

Here we are
Driving in an old car
whithout worrying
Guided by the stars

Here we go
Through montains on the road
Chasing our
Sweet missing home

Let's take the road
Oh yes!
Where sadness can't take us
I swear!
Let's take the road
To nowhere
Whithout the fear of getting there

You can touch the sky
blue up so high
Watching clouds
Passing fastly by

But life is short
And living it is hard
The past is heavy
and so it is our heart

Let's take the road
Oh yes!
Where future is waiting us
I swear!
Let's take the road
To nowhere
Knowing how we will get there


But if your eyes can't see
anything but darkness
close then
and feel
the end is right
in the start

So let's take the road
whithout knowing where it goes
Let's take the road
Carrying nothing with us
just hope.


Andressa Liz

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Prefiro pedir licenças poéticas
me parece mais adequado
e educado.

Andressa Liz
Amora
   Amor
      Mora

não em Roma
mas no meu coração.
                        Aroma
de rosas
no
chão.


Andressa Liz

sábado, 21 de dezembro de 2013

Tento sem sucesso fazer com que alguma palavra minha chegue aos seus olhos ou ouvidos. Mas elas não chegam. Em desespero olho para o céu e grito, esperando que talvez ele possa guiar minha voz e meus sentimentos até você. Silêncio absoluto, fico imaginando se a mensagem chegou.


Andressa Liz

Metamorfose

Antes eu sou um inseto monstruoso
metamorfoseado em humano
pela necessidade de viver
em um mundo como esse.
Humano o que?
O que somos eu prefiro não ser
o gelo dentro de mim foi quebrado
pela angústia
da repugnância que os outros têm
de sentir
antes de ter.



Andressa Liz

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Se tu some
pra manter a chama da saudade
saiba que já peguei fogo
e agora sou cinzas

Andressa Liz

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Mais um dia que morri

A angústia transforma minha vida em solidão
E se não posso curá-la,
ao menos posso transformá-la em arte,
de tantas dúvidas, minha única decisão
aliviar a tristeza que bate
Possivelmente loucura.
A essa altura,
a sanidade é o preço que se paga
quando se escolhe amar
e o medo da desgraça vem de brinde,
devagar.
Já não sei se devo me adequar
ou acreditar em uma duvidosa felicidade.
Eis aqui minhas tágicas possibilidades
Arriscar grandes acontecimentos  por possíveis ilusões
e profundos sentimentos por mortíferas frustrações.
Confio minha mente ao coração,
por suas vezes traidor,
e confino minha esperança, num quarto escuro de dor
Acredito num futuro por suas vezes promissor
Mas padeço diariamente por ainda acreditar no amor.

Andressa Liz

domingo, 15 de dezembro de 2013

Capital Interior

Brasília
qual é sua identidade?
capital interior.
Anuncio
com muita dor
seu vazio como cidade
que ainda assim deixará sua marca
em quem vier e em quem for.
E assim, com saudade,
a gente lembra da cidade
vazia,
sem identidade,
sem amor
e da minha teoria
capital interior



Andressa Liz

Jogador

Astuto jogador
move as peças com cautela
e eu da janela
observo ir embora
o silêncio que devora
o teu beijo
e meu amor.


Andressa Liz

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Tu e eu
podia acontecer
mas não aconteceu.

Só pra dizer
que ainda é sonho meu

Andressa Liz

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Tu aí perdido e eu aqui
perdida em ti.


Andressa Liz

domingo, 8 de dezembro de 2013

Meritocracia

A meritocracia funciona assim: só aquele que se esforça merece ter.
Imagino então como as pessoas dizem que amam
se preferem comprar o amor
com dinheiro
pra receber um favor
por inteiro.

Já eu prefiro deixar claro que prefiro colocar valores ao invés de preços


Andressa Liz
Por trás de cada poesia exageradamente bonita
há um significado exageradamente triste
ou poucas palavras,
e muitos sentimentos.
Sempre assim.

Andressa Liz

Sonhos e Poesias

Os sonhos que sonhamos
e a realidade que vivemos
podem ser paralelos
e nunca se encontrarem,
mas pra isso ainda há a poesia
já que nela não há um muro que separe
o sonho do real.


Andressa Liz
Volta e meia eu meio volto
mas não te encontro lá.


Andressa Liz
E na vontade de querer ser tudo
e não poder
Decidi então ser artista.


Andressa Liz

Sonhos de Opala

Sonhei em cores,
mas o mundo a minha volta empalidecia,
eu me perdia dentro dos meus sonhos.
Os seus olhos eram chamas
que me consumiam.
Eu não podia fechar os meus
e me sentir segura.

Meu medo tingia de preto
as cores que enxergava,
Não adiantava abrir os olhos,
não há mais distinção
da realidade
eternamente perdida
em meus desejos.


Andressa Liz


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Exatas

Graças à biologia descobri que me afoguei dentro dos 70% de água do meu próprio organismo.
Não satisfeita com isso, graças à química transformei em álcool,
pude calcular que tenho vários problemas sem solução com a ajuda da matemática
e descobri que a probabilidade de eu pertencer a esse mundo é quase nula,
portanto segundo a física eu sou a própria teoria do caos.
Devo essas inspirações às exatas, apesar de não terem me ajudado exatamente em nada.

Andressa Liz

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A culpa é do céu

Tem um moço que gosto muito
não é amigo do tempo
e em cada detalhe presto atenção
mas não sou muito atenta.
Bem tento proferir um não,
incapaz
meu orgulho se desfaz.
Volta, volta - eu peço
Lembra de mim
ou me despeço.
Mas não é assim
chega devagar
e eu ainda deixo entrar.
O céu devora
no fim
e o azul se perde no infinito
eu olho pro moço
e grito
NÃO
não esquece de mim
o moço vira,
me da um abraço
olha nos olhos cor de menta
e sua voz é uma serenata
perdida nas minhas canções.
Como ainda me aguenta? - questiono
Se dá um beijo eu desmorono
Mas na sinfonia o maestro é o silêncio
e eu penso
Ainda tem mais, ainda tem mais
Olho pro céu
incapaz de voar,
mas quando olho pro chão
já estou distante demais.
MOÇO, SOCORRO! - grito
Mas ele não escuta
E agora como eu faço pra voltar?
Fecho os olhos,
abro e não vejo nada
Ué foi só um sonho?
O moço sumiu
e esqueceu de levar meu coração
avisto à distância
ESPERA ESPERA - grito em vão
OLHA AQUI O QUE ESQUECEU!
Olho para as mãos
estão vazias
volto meu olhar
o moço não está mais lá
Desesperada olho para o céu,
e vejo que ele roubou
o moço
e meu coração.



Andressa Liz

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O dia que acordei no fim

Um dia acordei no fim
e vi o começo.

Encostei a cabeça no travesseiro de lágrimas
e deitei no leito de saudade.
As flores jorraram pétalas de dor,
o infinito estava ao meu redor.
Eu apenas podia pular pra fora
Acordando no futuro
pra enxergar o passado,
a esperança já não estava do meu lado.
Fiz então um furo no pensamento
Costurei
Dei um ponto na linha.

Agora eu acordo no começo
mas já não vejo o fim.


Andressa Liz

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Ciúme

Ei você!
Ta parado bem na frente do meu ciúme
cuidado que ele é arisco
e qualquer movimento brusco
ele ataca
e você corre o risco
de virar petisco.


Andressa Liz

Se parar

Cê para
se para
separar a gente
se para de sentir?
      Se        
          parar
for
       Separar
então a gente ta jun to.


Andressa Liz

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Dependência

O velho dilema de ser mais dependente de sentimentos
do que da razão.
E se um dia eu tentar matá-los todos
Morro de solidão.


Andressa Liz

O Ladrão

Meu coração quer sair pela boca
quando o amor não quer sair do coração.
intoxica mais que veneno
e vai pra minha circulação.
Pensei em recorrer aos astros
para talvez ter alguma explicação,
por que será que esse amor
dificulta minha respiração?
Meu coração quer sair pela boca
quando não atendem minha ligação
espero horas a fio
morrendo de angústia e tensão.
Pensei em recorrer aos versos
para esvaziar a imaginação
por que será que eu perdi
O que eu tinha na palma da mão?

Decidiram me roubar,
mas que astuto ladrão
Roubou cada pedaço
do que era meu coração.


Andressa Liz

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Queria poder abraçar o mundo
mas ainda faltam 2126 km.

Sem Teto

     Não faz a diferença tentar ser diferente por tentar ser indiferente. É isso que nos resta, a diferença entre sentimentos que permanece. O contraste acentuado pelo tempo que enquanto faz passar os dias, desperta um medo imenso. São frequentes desapontamentos e esperanças. É tênue a linha entre o medo e a coragem. É longa e tortuosa a estrada de nossos desejos e ambições. É fugaz a nostalgia do tempo perdido pros sentimentos efêmeros. Não, meus sentimentos não foram efêmeros, eles são eternos.
     Acordei imersa em pensamentos e um tanto frustrada com a vida, as esperanças tolas que nossos sentimentos alimentam. Bobagem, bobagem. Paranoia gratuita. Eram dias para se pensar nos dias, o que me levou a esse ponto, como cheguei ali. E de repente as reflexões não levam a lugar nenhum, estaca zero.
     Quando penso em continuar ali, tentando dar uma continuidade ao looping infinito dos meus pensamentos, sou obrigada pelos ponteiros do relógio a me levantar da cama. O tempo passa sem cerimônia, e eu me sinto desconfortável. Não sou de linearidades nem de rotinas. Queria ficar ali, naquele momento, mas ainda bem que o relógio me fez dar continuidade à vida.
     Não da pra saber o que todos esses sentimentos querem dizer, ou como chegar em algum lugar através no nosso sentimentalismo humano. Morremos mais por ele do que pela razão. A razão um dia tentou matar a arte, e não conseguiu. Mas lembro-me de um dia tentar matar a razão, e acabei conseguindo, meio hesitante, mas matei a sangue frio.
     O que tenho a dizer dessa vida repleta de contradições e histórias perdidas em mentiras banhadas de verdades. Não tem nada pra ser dito, absolutamente nada. E ainda não entendo porque tenho que me levantar da cama todas as manhãs.
     Eu estava perdida a tempos atrás, com um nó na garganta, sendo enforcada pelas palavras que não conseguia dizer, mas na realidade, o que mata não são palavras, são sentimentos grudados nelas com navalhas. Tolerei a dor por dias e ainda devo ter algumas presas na garganta. Jurei a mim mesma evitar qualquer contato com efemeridades, mas a espontaneidade não permitiu. Isso nos rende sem dúvidas longas histórias, longos diálogos, grandes exposições, grandes textos, grandes dores.
     Não nos dá vontade de continuar as vezes, quando o corte é muito fundo, precisa-se de transfusão sanguínea. Coágulos e mais coágulos. Sentimentos coagulados.
     Hesitante estendi um pé para fora do meu mundo, senti a brisa da liberdade, mas não queria me expor tanto assim. Quando tomei coragem, pulei com os dois pés pra fora e no mesmo momento eu quis voltar. BOOM, o portão se fechou atrás de mim, cadê as chaves? Cadê? Eu as esqueci do lado de dentro.
     Quando não se pode retroceder, ao menos se pode continuar, continuei, a esmo. Parei para olhar pra trás e não tinha volta, não tinha como voltar. É como se o vento que fechasse o portão atrás de mim estivesse me expulsando, eu não era bem vinda à minha própria casa. Fui então procurar um outro lugar pra morar, e estou aqui, até hoje procurando, sentindo saudades de casa e com uma imensa raiva dos ponteiros do relógio que me obrigaram a levantar da cama, com raiva das efemeridades da vida enquanto eternizava meus sentimentos e ainda com mais raiva da minha coragem que me empurrou pra fora de casa, e do vento que me tornou uma sem teto, jogada na rua.
     Posso ir aonde quiser e me perder em qualquer beco ou esquina, às vezes faz um frio terrível.

Andressa Liz

domingo, 17 de novembro de 2013

Rosas

Nunca gostei de rosa
Sempre gostei de rosas
Mas detesto rosas rosas
porque é redundante.
Sempre gostei de algodão-doce
mas do branco
porque era um pedaço de nuvem
nunca de azuis, nem de amarelos
pois de azul já bastava o céu
e de amarelo já bastava o sol
e nem de rosas, pois era rosa.
E das rosas eu só gostava das vermelhas,
nunca das brancas, nem de amarelas
pois de branco já tinha o algodão-doce,
e de amarelo prefiro girassóis
e nem das rosas,
porque é redundante.


Andressa Liz

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Dias Improdutivos

Os últimos meses foram de desapontamento e frustração. Aqueles dias que você olha pro horizonte e não vê uma continuação, como se acabasse ali e de repente a Terra não fosse mais redonda como uma laranja e sim achatada, com uma cachoeira que chegasse ao fim. O curioso é que não se podia ver o fim, mas parecia cada vez mais próximo. E que fim seria esse? Não sei, não sei, só sei que por ser um fim eu não queria chegar nele.
Dias inteiros ordinários, sem cores, sem nada. Não chovia, não fazia frio, não fazia calor, não tinha poesia e as palavras fluíam semana sim, semana não, sem nenhuma grande ideia. Vontades, desejos, incertezas, reflexões não faltavam, faltava inspiração, faltava pessoas, faltava coragem para arrancar uma folha do final do caderno e começar a esboçar um roteiro.
Mas não adianta, não adianta. Tem dias que não se consegue produzir nada, faltam diálogos, faltam palavras. Dias em que apenas se pode observar a paisagem passando ligeira pela janela do ônibus e as pessoas paradas sem expressão observando o mundo correndo lá fora. Tem dias que a única música que se escuta é a do silêncio, quando esqueço os fones de ouvido, um tanto enjoativa em adição à esse sentimento trivial de desgosto pela vida. Parece que todos no ônibus compartilham do mesmo sentimento. Ou isso, ou é a falta de diálogo.
As distâncias são muito maiores quando não discutimos as banalidades da vida com algum conhecido durante o caminho. Monotonia extrema. Cansa tanto essa pressão de não poder se libertar de tudo desagradável para então produzir arte, e o paradoxo de não conseguir fazer nada útil para poder futuramente se libertar de tudo desagradável para então produzir arte. 
É cansaço da vida, cansaço de final de ano, cansaço da falta de contato com a felicidade, que anda morando longe. É falta de arte, de diálogo, de poesia. É falta de sentimento. É a obrigação de aceitar tudo isso da forma que é. Todo mundo fingindo que tudo está certo da forma que está, mas algo deve estar muito errado por aqui. 


Andressa Liz

sábado, 26 de outubro de 2013

Voltar

Voltar,
voltar significa beijar o vento
voltar significa sonhar,
acreditar.
Voltar,
voltar significa deixar os lábios racharem pela seca
voltar significa deixar o sol te queimar
esperar.
Voltar,
voltar significa paciência
voltar significa inocência
Voltar,
significa esquecer que o tempo passa
achar graça
em tudo que é simples,
como a realidade dos sonhos.
Voltar
significa reler versos
lembrar conversas
conhecer o inverso das coisas
e sorrir
se perder
na chuva de flores
nas cores da primavera,
colorir
a vida em aquarela.
Voltar,
significa partir
deixar a saudade ficar
fazer da estrada
a rota da vida
e fazer da partida
o nosso lugar.
Voltar, significa lembrar
também significa esquecer
o ruim
e assim, voltar
ao aconchego da nossa história
na memória
do nosso lar.


Andressa Liz

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A Mariposa

Buscando seu rumo,
uma mariposa que confunde a luz dos postes e holofotes com a luz da lua.
Vai vagando por entre as penumbras da noite soturna
Enquanto guia-se pela claridade
Procurando por sua branca verdade.
Voa, suave, delicada,
em um ritmo pacífico do seu bater de asas,
espontânea, desequilibrada.
Enquanto passa a noite, ligeira
tentando alcançar a falsa luz que a guia
Sem ter consciência de que em breve estará dia
e o excesso de luz causará sua cegueira.
Mas ainda que consiga voar,
sem poste, holofote ou luar
não terá mais aonde ir
pois limitada pelo tempo
a morte chega lenta
não mede sonho de lua cheia
ou qualquer que seja a ilusão.
A mariposa  então se perde
ruindo quase inerte
serena,
rumo ao chão



Andressa Liz


terça-feira, 1 de outubro de 2013

Consumo

O consumo te consome,
você é o que você come?
Você é o que você veste?
Você é o que você bebe?
Qual é então seu nome?
Mc Donalds?
Hollister?
Coca Cola?
Ela bebe você
Enquanto o consumo te devora.
E o que você quer ser?
Se compra caráter com alguns reais?
Tanto fez, tanto faz,
Consuma mais,
CONSUMA
e por fim,
s
u
m
a.


Andressa Liz

domingo, 29 de setembro de 2013

The Best I Can

I don't want to kill anyone anymore
I don't want to lose again what I had before
for not knowing how to keep my feelings inside
I swore that I would resist
It's too much love to provide
so why am I trying to insist?

Swallow my heart
What am I trying to do?
Pushing you against me
While I am trying to be
The best I can for you

It's a danger
to look in my eyes
to feed my anger
not loving
just pretending
while I'm fading into you

I am here
but where's my mind?
Lost around this world
that I build
to protect you
from me

I am the ghost of my own shadow
please, light my darkness
Turn me into dust
dissolve my needless lust
 my weakness
and please, be true
While I am trying to be
the best I can for you


Andressa Liz

sábado, 28 de setembro de 2013

Epitáfio

Noite e dia
Não há mais tempo pra dor
Jaz aqui, morta de amor,
Enterrada pela poesia.

Andressa Liz

UNIversos

Gosto da concepção de infinito,
Exceto quando o infinito é a distância entre nós
E nesse universo controverso
Eternizo-te no meu verso
Pra não me sentir assim tão só.
Te faço então meu sol
Enquanto explodem meus sentimentos,
Fugazes como cometas
Instáveis como átomos,
Grandes como os astros,
Únicos como planetas.
E estendo pelas galáxias
Além do sistema solar
Meu desejo de te amar
Que diferente de todos nós
Não é feito de poeira estelar,
Mas nasce como uma estrela
De uma nebulosa
E se espalha muito além
Da teoria duvidosa
Do meu Big Bang.

Andressa Liz

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Faz parte

Faz parte não fazer parte da rotina de quem se gosta e se acostuma se agora é hora de ser descarte em alguma história da vida que não segue linearidade com a saudade que não importa se a esperança está morta de enfarte por entupimento nas vias acumuladas de sentimento a dias castigadas pelos pensamentos sem ter uma vírgula pra respirar ou um momento pra pensar que se não fosse assim corrido tal sentimento seria perdido por não importar tanto quanto o ato de adiar, uma vírgula

Andressa Liz

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Minha Poesia

Sou clichê
em dizer
que não sou eira
nem beira
por mais que eu queira
viver poesia
a cada dia
sem poder.
Decido então escrever
meio a esmo,
meio louca,
aqui mesmo,
palavras quais
palavras soltas
Até me perder
nos versos,
dispersos
extintos no fim
da minha poesia
que por ironia
termina
assim.

Andressa Liz

domingo, 22 de setembro de 2013

A Rua

Sou jovem senhora
Quero fazer tudo
Da pra ver o meu cansaço
mas quero tudo agora,
correr pela rua.
Não tenho tempo pro tempo
Um pé dentro e um pé fora
Quero sentir a brisa do vento
E o aconchego da minha casa.
Quero todas as noites e manhãs,
as estrelas e a lua,
sentir o calor do sol
comer muitas maçãs,
e correr pela rua.
Quero ser sustenido e bemol,
desafinar nas notas
mudar minhas rotas
tom por tom
tom sobre tom
nas cores da música,
nos amores do som.
quero cansar de ser incansável
quero viver pra sempre mutável
quero um caminho só de ida
para correr,
correr pela rua,
A rua da vida


Andressa Liz

Pedaço

O amor não deve exigir nada em troca
Apenas troca de beijos e abraços
se me ama, mostra
se não, não desate o laço.
Entra e vem sem medo
Mas não esquece que esse é meu espaço
Se quer vir depressa, acelere,
acelere mais o passo
Mas se te importar, me olhe nos olhos
Veja neles a dúvida,
Já não sei mais o que faço.
Se é doce e azedo,
morango, amora ou cereja
pergunto se tu quer um pedaço,
desse amor que mora em mim.
E se não tiver certeza,
Arranque essa minha tristeza,
pois te quero mesmo assim.


Andressa Liz

terça-feira, 17 de setembro de 2013

A sinfonia do vento

A Melhor música para os seus ouvidos: a chuva no telhado. Em silêncio escutava também o som de seus pensamentos tumultuados, gritantes. Logo mais unia-se à sinfonia o tic tac do relógio e o vento que açoitava na janela.
A brisa percorria seus cabelos e trazia um cheiro de terra molhada.
Enquanto lapso, o tempo, decide não passar e perdura infinitamente dentro das perturbações internas do que ainda lhe restava do sentir, o essencial jaz inexistente no tempo.
Estava viva, completamente viva, na ausência das marcações do relógio e fadada à morte conforme os segundos passavam. Era noite, era treva, era incomum a forma que o gélido vento a consumia como fogo.
Dá uma espiada pela cortina e sente-se distante do mundo, perdida, devaneando. Encolhe-se novamente em seu canto tentando entender porque a solidão lhe dá esse conforto de paz.
Então pensa que se a chuva estava ali junto ao som do relógio e do vento, em sinfonia com seus pensamentos, não poderia estar completamente só.

Andressa Liz

domingo, 15 de setembro de 2013

Vou te jogar dentro do meu mar

Não sei se vale a pena arriscar,
te jogar aqui dentro do meu mar,
de quê adiantará,
se tu não souber nadar?

Tu suportaria?
Tu resistiria?
Eu não exigiria tanto
te tornaria meu encanto
basta só não respirar.

Te afogaria
com toda a alegria
do meu beijo apaixonado
pra não me deixar de lado
e aprender a me amar.

Não sei se vale a pena arriscar,
te jogar aqui dentro do meu mar,
de quê adiantará,
se tu não souber nadar?

Olha só meu infinito
um azulado tão bonito
é assim tão arriscado confiar
onde minhas ondas podem te levar?

basta construir um barquinho
içar velas, arriscar
e assim devagarinho,
aprender a navegar.



Andressa Liz

O álcool

Preferi beber dos teus beijos
mais do que bebi da vodka.
Era nosso melhor diálogo,
copos cheios
e eu cheia de pensamentos,
boba,
sóbria.
Teu oposto.
Não sei o que surgiu em ti nesses momentos...
E deveria eu acreditar,
em ti? No álcool?
Que bebeu mais de ti do que eu bebi.

Andressa Liz

Aquela noite

Naquela noite tudo que eu pude ver era o contraste das luzes com as nossas sombras,
elas andavam pela calçada,
de mãos dadas.
E da noite calada ascendia uma meia lua,
o céu estrelado, ofuscado pela tua ternura.
O vácuo extenso na superfície onde eu pisava
tornou-se infinito em meus sentimentos.
Eram momentos...
efêmeros,
marcados pelos meus exageros,
fugazes, porem verdadeiros.
As sombras dançavam e diminuíam ao longo dos passos
precisos em seu descompasso,
sumiram,
estávamos quase sós.
O que entre nós ecoava era o som das nossas palavras
e os carros do viaduto,
e por um minuto eu percebi que estava ali
escrava do tempo que nos esgotara
ao mesmo tempo em que o semáforo parava os carros.
Tive de ir embora,
Imersa em pensamentos,
mesmo sabendo que em outra hora
te veria novamente.
O tempo era curto, porém infinito
e entre o silêncio - o meu grito
inaudível
o amor surdo, impossível.

Andressa Liz


domingo, 8 de setembro de 2013

Some ou some

Some
e some comigo,
adição ou subtração,
tudo depende de perspectiva.


Andressa Liz

Ablepsia capitalista

Deseja-se mais
Sonha-se menos
Consome-se mais
Pensa-se menos.

São deixados para trás,
Ideologias e pensamentos
Desmanchados pelo vento,
presos em gaiolas
E ainda pelas ruas,
pedindo por esmolas.

Peles nuas noite a fora
Olhares tristes de jovem senhoras,
Desesperançosas,
Clamando a igualdade que o dinheiro devora.

Lágrimas escorrem pelos rostos de crianças
Que ainda sem ter o que comer
esquecidas,
Marginalizam suas esperanças.

Enquanto ricos que desejam ainda enriquecer
Padecem sob a mais severa pobreza,
Os jovens crescem sem crescer ou ser
Alienados em suas próprias certezas.

Seria possível a liberdade
da ostentação do preconceito,
Acreditar na sociedade
Robotizada desse jeito?

Os cegos não entendem que a mudança está em nós
Em mudar a mísera rotina
Lembrar do mendigo da ponte e da moça da esquina
Abrir os olhos para ver
que não estamos
sós.


Andressa Liz

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O Amor

Sentimento
Sem sentido
Sentido
Sem ressentimento


Andressa Liz

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Mentira

Mentira
Me tira do sério.
Fica ao teu critério
se me inspira realidade
ou mistério.


Andressa Liz

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A Arte para mim

A Arte é muito mais do que apenas arte, é crítica, é reflexão, é expressão, é comunicação. Só não vê a arte quem não quer ver, quem quer manter os olhos fechados ou quem é induzido a tê-los, tanto por questão social, por não ter acesso, quanto por hipocrisia. É importante sim, porque vivemos dela ou trabalhamos para dela usufruir, é história, presente, passado e futuro, é tudo em uma coisa só, é o apelo humano da expressão de ser e a solução para todos os problemas do mundo.

Andressa Liz

terça-feira, 27 de agosto de 2013

I know what's real inside of me, I am what I wanted to be
I know exaclty what I need, even if it's not here
I chose to keep the good, that's what I want to see
I don't need anything back
I can survive into the darkness
I believe in myself and I'm happy for that
Wishing the best for you and for me
While you just see mountains
I say that I am the sea.

Andressa Liz

sábado, 24 de agosto de 2013

Obrigada

Lembro-me como ontem do dia em que te conheci, discutíamos política
E do dia em que bêbado me trouxe um discurso que dizia me amar.
Eu acreditei.
Te escrevi uma carta, nunca recebi uma de volta.
Te liguei pra mostrar coragem, ainda que relutante.
Falamos sobre chá.
Eram horas diárias no telefone
Madrugadas de música e poesia
Lembro-me que me falava de Foucault e Sartre
Trocávamos histórias, na verdade eu dizia fatos e tu me contava histórias
Tu me contava do teu passado, do teu cachorro
Era minimalista, era louco
Comentávamos as "loucuras e burrices" diárias depois do vídeo do Caetano
Gostávamos de Leminski, Aznavour, Cinema
Tu meio a esmo tocava Damien Rice
Afogava mágoas em copos de uísque
Eu me preocupava.
Lembro-me de quando me ligava quando nossa ligação caía e quando se preocupava.
Falávamos de calorias negativas e de ingredientes para se fazer uma rabanada.
Tu odiava morangos.
Admirava teu carinho pelo teu cachorro, também te apresentei o meu.
Tu me olhava e ficava em silêncio, segundos depois dizia que eu era linda
Espontâneo dizia me amar, eu ficava sem reação.
Falava francês.
Te contei dos meus problemas, enquanto abria o coração para me acolher
Te liguei ao meio dia e contamos piadas
No mesmo dia comprei Metamorfose, de tanto tu mencionar Kafka
Ri de todas as tuas piadas toscas, tu contava muito bem
E distante tu ficava, mas eu sempre tinha de procurá-lo
Era mania, era rotina
Mas atualmente são apenas lembranças
Da tua voz, do teu sorriso, de tudo que era teu
Tudo que me lembrava o quão boa tu me tornava
Virou passado, virou pensamento.
Virou apenas meu pensamento
Trocávamos palavras brutas.
Tu sumiu.
E eu aqui, escrevendo isso.
Minimalista, porque todo o resto não importa.
Se nesse tempo de uma vida estivermos sempre incomunicáveis
Que as últimas palavras que eu fale de ti sejam de agradecimento
Sou grata por ter me feito capaz de amar.

Andressa Liz

Silêncio

Não são necessários discursos enormes,
Somente sentimentos enormes
que não se explicam com muitas palavras,
na verdade, não se explicam com nenhuma
e em suma que aqui dentro fique guardado o silêncio.


Andressa Liz

Chá

Quero tomar um chá,
chá de sumiço
dessa vida
onde só encontro desencontros
totalmente perdida.


Andressa Liz

domingo, 18 de agosto de 2013

Pseudo Soneto de Amor

Encontro sempre um tempo
para encontrar-te,
Mesmo que tempo me falte
E o real fuja do meu pensar.

Encontro sempre a saudade,
Pseudônimo do teu nome,
Tão rápido quanto encontra a fome,
Ansiando teus lábios beijar.

E entre as penumbras da noite infinita
Forte como as ondas meu peito grita
E o céu se funde ao escuro mar

Noites de lua cheia e branda
Da escuridão sem ti exageradamente infanda
Perco-me no vazio por não mais te enxergar.

Andressa Liz

sábado, 17 de agosto de 2013

Faço Arte

Faço arte
Sou arteira,
Sou artista
Marca Bobeira
Quem não arrisca.

Andressa Liz

domingo, 4 de agosto de 2013

A Morte

Estou um caso sério comigo mesma
De problema e caos
E me dizem sempre:
"Dê tempo ao tempo,
Ocupe sua mente!"
Mas a gente não entende
O que se passa
O que se sente.
Esperar não é tão simples quanto penso
Uma agonia incessante
Que não consigo digerir durante minhas refeições
Alimentando dores, amores, saudades
Doente de tantas intoxicações.

Vago por aí
Pelas ruas sob o céu noturno
Afogando mágoas em copos de uísque
de sofrimento torturante soturno
Andando lado a lado com a Morte
Que mata tudo exceto sentimentos
Deixando fantasmas a vagar
Nas ruas da minha vida,
E eu com medo de em alguma esquina
Ela me levar.


Andressa Liz

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Poemas

São palavras mastigadas
E cuspidas nas madrugadas,
Escritas e não faladas
Em uma estrada de mão só
Inacabada.


Andressa Liz

sábado, 27 de julho de 2013

Sétima Arte

Amor
Ódio
Violência
Paixão
Morte
Dor
Emoção

Luz
Câmera
Ação!

Arte
       Em
            Movimento

Profundo sentimento.


Andressa Liz

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Para mim, escrever é tão natural quanto comer e minha inpiração é como a fome. Quando a tenho, me alimento de palavras.

Feliz dia do escritor: 25/07

Andressa Liz

quarta-feira, 24 de julho de 2013

A Tristeza

"A tristeza durará para sempre", foram as últimas palavras de Vincent Van Gogh.
A tristeza duraria para sempre desde o momento que nasceu, oriunda de sentimentos. E quando será que nasceram os sentimentos? Talvez tenham nascido muito antes de nos tornarmos humanos, não somos os primeiros a sentir e talvez não sejamos os últimos.
A cada gota de lágrima que despenca de nossa face, ou de sorrisos efêmeros nos rostos de quem cruza nosso caminho, há um resquício de tristeza se pararmos para notar nas penumbras entre cada sentir. Serão todos tristes então?
A tristeza percorre as sombras das colinas, das árvores e dos narcisos. A tristeza coexiste junto ao frio das manhãs de inverno e da brisa gelada do anoitecer. A tristeza ainda encobre as estradas cobertas de neblina, mal se pode ver o que há adiante. As mãos de quem se ama afastam a tristeza enquanto outras mãos a afagam, simultaneamente.
Cores mudam a coloração, ora quentes, ora frias. Pinturas sustentam rostos alinhados em dor após inúmeras tentativas de libertação pelos artistas.
Homens esfarrapados sustentam olhares cabisbaixos pelas ruas moribundas enquanto homens bem vestidos sustentam sorrisos cansados em sua face, fingidos.
Amantes seguram rosas com espinhos enquanto trocam juras de amor. O belo ainda torna-se triste enquanto mesmo o feliz torna-se feio diante de todos os demais olhares.
Talvez ainda a tristeza percorra a mente de todos os insanos, pois os felizes estão todos no hospício.

A tristeza durará para sempre.


Andressa Liz

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Cata-vento

Gostaria que os lugares que frequento
Não me lembrassem mais de ti
Até mesmo os que não me lembram
Lembram-me que não te lembram.
Como com a força do vento
Um cata-vento gira
Inconstante como eu
Parando nos percalços da vida.

Andressa Liz

sábado, 29 de junho de 2013

Passa o tempo

Passa o tempo,
Mudo,
Mas fica o sentimento
Um tanto barulhento
E tu se finge de surdo.

Andressa Liz

terça-feira, 18 de junho de 2013

Uma breve crítica ao populismo

   Populismo é a forma de governar onde o governante aproveita-se de vários recursos para a obtenção do apoio popular e para isso utiliza uma linguagem simples de fácil entendimento à toda a população, abusa da propaganda pessoal, toma medidas autoritárias não respeitando partidos políticos e nem instituições democráticas, fazendo-se o que bem entende.
   O populismo é comum em países com grandes diferenças sociais com alto índice de pobreza e miséria. Esta forma de governar foi aderida por Getúlio Vargas, apelidado de "pai dos pobres", promovendo manifestações e discursos populares para divulgar suas ações de governo.
   Esta forma de governo trata-se evidentemente da manipulação de massas, do carisma utilizado pelo governante-ditador para inserir-se no meio popular, conseguir o que quer e não "sujar sua imagem". O populismo em seu conceito ideológico evidencia a reivindicação da classe operária pelos seus direitos trabalhistas e melhores condições de vida, o que não seria incorreto se não fosse manipulado por autoridades que se aproveitam disso para benefício próprio, o que pode ser comprovado ao longo de todo o período ditatorial da história política brasileira. O Brasil nunca chegou a um estado de bem-estar social efetivo. O populismo, dada a dependência política a que condena as grandes massas, produziu apenas uma "imitação" do Estado de bem-estar.
   O varguismo foi um tipo de populismo que se apoiou na insatisfação da ampla camada de trabalhadores para a revolução de 1930 evidenciando uma política capitalista de industrialização e modernização. Os trabalhadores urbanos não organizados tendem a expressar sua revolta de maneira cega e inconsistente, uma das raízes fracassadas do populismo está claramente evidenciada aí, à manipulação de informações executados pelas ações de um líder que engana seus adeptos ideológicos os fazendo agir de acordo com suas vontades, sem que se deem conta que estão predestinados a cair na ignorância e fracassar na luta pelos seus objetivos.
   O populismo acaba sendo um movimento contrário aos desejos populares, ao invés de apoiá-los. Herança da vontade capitalista de crescer e enriquecer às custas de um povo fadado a eterna desigualdade social. Embora o populismo tenha incentivado a reação do operariado, ainda sem determinado conhecimento e entendimento daquilo que se almeja, acaba sendo em vão na busca por melhorias no âmbito social popular. É uma ditadura imperialista do capital, onde novamente evidenciam-se desproporções na qualidade de vida da população. Apoiada pela ignorância de massas e ideais neo-liberais de opressão contra a revolta dos partidos esquerdistas que foram incapacitados de disseminar seus ideais.  

Andressa Liz

Solidão

Ocos os corações
Vazios de sentimento
Que a muito
cederam ao desalento.

O encanto mata
A vida ingrata
Padecendo na ilusão.
Condena-se por receber esmolas
Faz prender-se em gaiolas
Como uma prisão.
E na eloquência do sentir
Deixa-se atrair
Pelo abismo negro da solidão.


Andressa Liz

terça-feira, 11 de junho de 2013

Lágrimas

Um vazio repleto de lágrimas,
Pequenas e pesarosas,
Que ferem impiedosamente
Como espinhos de uma rosa
E ligeiras despencam da face
Matando a esperança que nasce
Do amor que ainda resta.


Andressa Liz

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Noites de Inverno

E lá estava ele, as patas no assoalho fitando calmamente o líquido transparente que escorria dos olhos do dono. A noite de inverno era fria, porém mais terna do que o acolhimento da vida.
Roçava o focinho no colo do homem enquanto cedia as quatro patas ao cansaço e sentava-se. Permaneceu estático, sem saber ao certo o que acontecia, mas desejando estar ali o tempo que fosse necessário para receber um pouco de atenção.
Os minutos passavam-se e o cão cedeu de vez ao cansaço, deitou-se no chão, patas esticadas e ali permaneceu. O vento gélido açoitava vigorosamente a janela enquanto o homem ali sentado em sua poltrona enchia mais um copo de whiskey, a garrafa já passava da metade. O cão fitava seus gestos minuciosamente enquanto ainda demandava pela sua atenção, seus olhos tristes agora fitavam os do dono e pelos próximos instantes absorveu toda a mágoa afundada nas doses de whiskey.
Enquanto as horas atribuladas da madrugada passavam ao mesmo tempo em que paravam os ponteiros do relógio, a cena quase estática perdurou, enquanto a única mudança era o som do vento e o dançar das folhas das árvores negras em meio a inquietação noturna. O whiskey havia acabado antes do suplício das ideias tumultuadas, o que restava agora estava ali deitado no assoalho, os olhos inquietos carregados de ternura enquanto postava-se novamente sobre as quatro patas. Trocaram olhares por breves segundos, o homem acomodou-se em sua poltrona acolchoada e aliviado por alguns instantes acendeu o cachimbo que estava atirado sobre a mesa de centeio e ali ficou, tragando a fumaça. O cão não sabia o que se passava e resolveu permanecer ali, a comida na tigela intocada não lhe chamava atenção, nem o conforto de sua cama próximo à lareira, preferia padecer sob a frieza da noite de inverno fitando o olhar consternado de seu dono.


Andressa Liz

sábado, 25 de maio de 2013

Âmago e Vinho

Contratempo o tempo não passa
Devaneios acham graça
Da minha mente sobrecarregada
De sentimento, dor, amor, saudade
Ao pensar em tudo e não pensar em nada
Por sinceridade, me vejo em uma emboscada.
Sentimentos vêm e vão
À flor da pele deixo fluir
Mas de súbito um 'não'
Não posso permitir.
E por quê? Eu me pergunto
Não entendo mais o assunto
Foi vinho por demais?
Ou momento profundo
No encontro infinito
Onde ainda grito
Por tudo isso que fui,
Ou por tudo isso que sou
Ou ainda pelo que quero ser
Mas deixo a merecer
Pois não sei onde estou
Então não devo esclarecer
Porque ainda estou aqui,
No canto que me confortou
Após o encanto que restou
De tudo que vivi.


Andressa Liz

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Tempo

Tic tac e a hora passa
Mas o que aconteceria
Se eu achasse graça
Em voltar os ponteiros?
Seria uma trapaça
Contra o tempo?
Ele passa ligeiro
E eu me atento
Enquanto não entendo
Porque ele tem que passar.



Andressa Liz

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Pequeno conselho

“Não comer carne significa muito mais para mim que uma simples defesa do meu organismo; é um gesto simbólico da minha vontade de viver em harmonia com a natureza. O  homem  precisa  de um novo tipo  de  relação com  a natureza, uma relação que  seja de integração em vez de domínio, uma relação de pertencer a ela em vez de possuí-la. Não comer carne simboliza respeito à vida universal.” 


Weil Pierre

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Xeque

Em jogo peças pretas e peças brancas
E para ser franca,
Eu não quero mais,
Ser tempestade e saudade,
Deixar transparecer essa minha complexidade.
O bispo pede passagem na diagonal
Está limitado pelos quadrados negros
Como eu e este apego,
Medianamente desproporcional.
O vento que leve indulgências
Não me devolva essas carências,
Apenas traga simplicidade.
Sei bem que é pura maldade,
Esse sentimento a flor da pele
Carregado de inseguranças e tristezas
Quando não se tem mais certeza,
Mesmo carregando esperanças.
O pião avança,
Estou em xeque
Não sei se é mate
Mas a ansiedade que bate
me abre como um leque.
Me encho de vontades
Enquanto me firo com docilidades
De palavras, de promessas
E o resto não interessa,
Perdi mais uma peça.
Sem ter pra onde ir retrocedo uma casa
Meu coração agora em brasa
Queima tudo o que resta
E eu inutilmente ao canto do tabuleiro
Utilizo um floreio
Pra procurar por uma fresta.
A Torre ameaça na horizontal
E o pião que me protege
Agora limita a passagem
Como o amor que me enlouquece
E me tira a coragem.
Não tenho aonde ir
Xeque
Xeque mate.


Andressa Liz

terça-feira, 7 de maio de 2013

Prosperar

Essa coisa de controlar sentimentos não é pra mim, definitivamente. Me entrego sim, me entrego e me jogo de cabeça, quando sei o que quero não fico com um pé na calçada e outro na rua, atravesso inconsequentemente, mesmo que a chance de ser atropelada seja grande. O que fazer, o que fazer? Saudade e ciúme faz a gente definhar lentamente, inventar situações, criar paranoias. Quanto maior o amor, maior o ciúme, maior o medo, tudo é maior, mas também maior minha coragem pra não deixar com que isso tudo que construímos seja arruinado por algo tão ínfimo. Meu medo de te perder é grande, mas meu amor sem pretensões é próspero.


Andressa Liz

sábado, 4 de maio de 2013

Saudade

Tento encontrar o que está perto só em mente
E doente fico,
de tanto pensar.
Pensar, pensar no inconsequente
No rosto e no gosto do amor.
Logo não é muito prudente
Atravessar a rua
quando se tem a lua
pra admirar.
E recordo
aquele beijo, aquele abraço,
Aquele banco que sentamos na praça
Aquele desconto que só por pirraça, fez o lanche sair de graça.
E sujei meu nariz de mostarda
Enquanto você ria da minha cara engraçada
E eu me contentava em ser estabanada
Se pudesse ali escutar, com a cara manchada,
Como era bom presenciar tua risada.
E sorri, senti e admiti
que tudo era muito mais bonito a partir daí.

Acordei aqui, pensando no que sonhei
Sentindo saudade de ti e protestei,
Porque isso tudo ainda não vivi
E quis fugir daqui
Desde o dia em que te amei.

Mal da saudade e da idade,
Carregada de vontade
Cria pretexto pra sonhar
Nessa louca necessidade
De te ver e te amar.


Andressa Liz


terça-feira, 30 de abril de 2013

Dinheiro não é tudo

O que anda me preocupando ultimamente é simplesmente escutar essas famosas frases: "Não vou cursar tal curso, porque embora eu queria, não vai dar dinheiro." Ou então "Não sei que curso vou fazer, vou cursar Direito." "Filho, cursa medicina porque vai te dar grana". Frases carregadas com o famoso pensamento capitalista, devo repudiar a ilusão de passar um dia sequer sem ter ouvido uma dessas. E que sociedade é essa que está crescendo? Uma sociedade de ideais puramente materialistas, onde a abdicação de sonhos torna-se mais importante quando contrastado com o dinheiro. Não devo refutar a ideia de que é impossível ir contra o sistema, mas ainda posso contestar o rumo superficial que todas essas pessoas andam tomando, muitos mal sabem o que estão fazendo ou falando, simplesmente tomando decisões sem pensar. Vejo pais idealizando a construção de imagem de filhos ricos, como se pudessem ser vendidos depois, não vejo apoio nenhum crescente àquilo que realmente se quer fazer. Podem me impedir de ir contra o sistema capitalista, mas infelizmente (ou felizmente) não podem me obrigar a seguir essa linha de raciocínio onde o dinheiro transpõe realizações pessoais, ainda sou adepta da realização dos meus próprios sonhos.


Andressa Liz

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Meu Infinito

Ah meu amor, tu chegou, entrou e aqui ficou
Fez do meu coração tua morada
E eu toda desajustada fui ficando apaixonada,
A saudade me adotou
Mas agora que importa,
Eu que era toda torta
Com carinho e com amor
Tu aqui se encaixou.
A solidão agora morta
Não faz mais questão de bater à porta,
Tenho apenas de sorrir
Despir os teus segredos,
Acordar logo cedo
Pra pensar em ti.
E vou aderindo todas as tuas manias
Até que se passem os dias
E eu caia em seus braços,
Quem sabe até uns amassos
Pra inspirar as poesias.
Um café ao teu lado
Embaixo do cobertor
Em um dia bem gelado
Um filme em preto e branco
Buñuel ou Salvador.
Que tu diga em meu ouvido
"Je T'aime mon amour"
Universe-me em teu verso
Ao som de Bach ou Aznavour.
Pois é isso, meu amor
Seja sempre meu infinito
Nesse poema aqui escrito
No universo ou aonde for.


Andressa Liz

sábado, 20 de abril de 2013

Encontros casuais

E eu nunca poderia imaginar
Que um desses encontros casuais
Poderia mudar tudo de uma vez.
E de repente reaprendi a amar
Inalei estes velhos venenos mortais,
Para não mais enxergar com nitidez.

Trago à memória versos íntimos
de um dia que marcou minha história.
Me afoguei em amores ínfimos,
Como se não houvesse mais escapatória.

Agora não trago mais comigo
Nenhuma destas velhas paixões,
Tornei o superficial meu inimigo
Libertei-me de todos os padrões.

Pois agora eu vos digo,
Amar não tem padrão algum.
Ao passo que nos afasta do comum,
Nos aproxima do perigo.


Andressa Liz

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Versinhos de amor

Quanto tempo leva, pra te chamar de meu,
Pra olhar bem nos teus olhos
E Ganhar um beijo teu?

E olha só pra mim, uma boba apaixonada
O que faço noite e dia?
Penso em você e mais nada.

Em todo pensamento, eu busco te encontrar
Já que mora assim tão longe
Como posso te abraçar?

Fico aqui esperando
Contando dias pra te ver
enquanto isso imaginando
como seria ruim viver sem você.

Estes são os meus versinhos,
Que fiz com muito amor,
Não se assuste com meu carinho
Que da saudade aqui restou.


Andressa Liz

domingo, 14 de abril de 2013

Reacreditando no amar

Incrível como a vida é contraditória, não poderia sentir maior felicidade do que a que sinto por ter te conhecido; ao mesmo tempo em que sinto uma persistente tristeza por estar a quilômetros de distância de ti neste exato momento.
Gostaria de poder chamá-lo de meu, apesar de ir contra os padrões egocêntricos de possessão excessiva, mas afinal acabo sendo tão sua que seria injusto não poder desejar o mesmo de ti.
Como já dito incontáveis vezes, tua peculiaridade me fascina e me entusiasma de forma que ignoraria qualquer empecilho para me tornar esperançosa a ponto de pensar que nosso encontro seja em um futuro breve. Gosto de pensar assim.
Tu me encantas de tantas diversas formas todos os dias, tanto com tuas pequenas grandes histórias quanto com tuas palavras gentis e cativantes que me conquistam um pouco cada vez mais, tua forma de me interpretar é tão única quanto és único e singular para mim. Estou fadada a cair em todos os teus encantos. Imagine então se eu tivesse a oportunidade de interpretar teus olhares ou ler teus sorrisos. Tornaria tudo poesia.
Seriam necessárias muitas folhas para descrever o que ando sentindo ultimamente, ou para listar as tuas artimanhas de conquista que realmente são convincentes, então pouparei-me do trabalho.
Que a distância de nossos corpos seja ofuscada pela pequena distância de nossos corações, refuto todas as ideias de que este amor seja utópico ou que estas milhas enganem sentimentos. Pois não se preocupe, meu querido, teu caráter sem jaça e tua essência já me prenderam de tal forma que meus esforços seriam em vão se eu tentasse me libertar, admito que sinto-me infinitamente feliz por não ser mais completamente solta. Tu és uma pessoa infinita e faz com que eu realmente me sinta uma também.

A ti, detentor de meus pensamentos, que despertou o melhor de mim.

Andressa Liz


sexta-feira, 12 de abril de 2013

Agradecimento Especial

Pode contar meus frequentes "obrigada" de todos os dias, que eles ainda não condizem com a tamanha gratidão que sinto por ti, meu caro amigo. Tua forma deliberante de ser e teus bons ouvidos para o assunto alheio são uma dádiva para si e um júbilo para mim por saber que tenho com quem contar nas horas mais árduas, quando beiro o fracasso, e também nas horas mais alegres.
Julgo os meses em que lhe conheci como anos que passaram lentamente, dando a oportunidade de deixar muito de ti em mim e compartilhar meus risos e chalaças. Vejo muito do potencial que não via em mim em você, pelo simples fato de me ajudar a enxergá-lo.
E sou ainda mais do que grata por ser meu ombro amigo infatigável nas horas afanosas e meu riso nos momentos de entusiasmo, por saber lidar comigo em minha mais inconstante forma de ser e admirar até mesmo quando estou repleta de defeitos.
Não lhe pediria que estivesse sempre em minha vida se realmente não fosse sentir sua falta nos dias em que estiver ausente, saiba que guardo o melhor de ti e da sua sublime amizade.

Obrigada por todos os dias, risos, piadas, discussões, reflexões e acima de tudo pela sua compreensão e por realmente se importar comigo.

De: Andressa Liz
Para: Lucas de Oliveira, leitor assíduo de meus textos e meu ouvinte preferido.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Em que mundo estamos?

Eu me perguntaria:
"Mas em que mundo estamos?"
Onde tudo se contesta,
Até aqueles "ideais" que amamos

E isso é o que nos resta
Aquela velha correria
De viver cada dia
Sem ter noção do que criamos

Olhamos para trás,
Vemos o que semeamos
E Agora o que fazemos?
Colhemos dos frutos que plantamos.

E se questionam tanto
Porque este mundo não presta
E apenas limitam-se a dizer
Que a vida não é muito honesta.


Andressa Liz

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Música da Semana - Grey

Bom, esta é a música da semana, realmente não preciso explicar porque a letra diz tudo por si só, traduzirei aqui uns trechos da música que me chamaram muita atenção.

Lamentavelmente, 
Eu acho que eu só tenho três coisas simples de dizer: por que eu? Por que isto agora? O porquê desta forma? 
Com pedras fazendo barulho e cidades me levando para longe que está sob um céu cinzento sobre a areia que está cinzento, por um oceano que está cinzento.
Que espécie de paraíso estou procurando?
Eu tenho tudo o que quero e ainda quero mais talvez alguns pequenos brilhantes chave vão lavar na costa.

Música: Grey
Artista: Ani DiFranco





Grey the sky is grey the sand is grey and the ocean is grey 
And i feel right at home
In this stunning monochrome
Alone in my way  
I smoke and i drink and every time 
I blink i have a tiny dream  
But as bad as i am i'm proud of the fact that i'm worse than i seem 
What kind of paradise am i looking for?
I've got everything i want 
And still i want more 
Maybe some tiny shiny key will wash up on the shore
You walk through my walls like a ghost on tv you penetrate me  
And my little pink heart is on its little brown raft floating out to sea  
And what can i say but i'm wired this way and you're wired to me
And what can i do but wallow in you unintentionally what kind
Of paradise am i looking for? i've got everything i want and still i want more maybe some tiny shiny key will wash up on the shore
Regretfully i guess i've only got three simple things to say: why me? 
Why this now? 
Why this way? 
With overtones ringing and undertows pulling away under a sky that is grey 
On sand that is grey by an ocean that's grey  
What kind of paradise am i looking for?
I've got everything i want 
And still i want more
Maybe some tiny shiny key will wash up on the shore.

Borboleta


Você aparenta ser uma borboleta, bela e frágil ao mesmo tempo, livre para ir aonde quiser e suscetível a morrer em qualquer lugar facilmente. As cores de suas asas chamam tanta atenção que ao mesmo tempo que causam admiração, poderiam causar a sua morte. As flores de que se alimenta permanecem lá, mas durante um de seus vôos você talvez não permaneça. Ser bela não lhe poupa de ameaças, muito pelo contrário, ser bela e livre certamente causará sua ruína em algum momento.
Embora a vida seja uma metamorfose para atingir a desejada liberdade, deve se abster dela durante os períodos de casulo, deve-se alimentar as esperanças da lagarta de um dia poder criar asas e voar para longe.
Engraçado como nos privamos daquilo que mais queremos para podermos possuir depois, sabendo que uma hora ou outra isso nos destruirá, somos belos enquanto somos, arriscamos quando nos permitimos, e finalmente nos tornamos livres, para encontrar as flores pelo caminho, ser quem realmente somos para então, finalmente, deixar de ser.
Então, bela borboleta, voe enquanto pode, viva enquanto está liberta, pois a liberdade não custa barato e o pagamento nos tira tudo.

Andressa Liz

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Fogo


Não fique bravo querido
estarei aqui ao amanhecer,
não sou sua e nem de ninguém
Mas hei de um dia ser.

Serei sempre desgarrada sem algum corpo que me prenda?
Ou um coração que me liberte
Além de um fite ou flerte
Ou algo que me surpreenda.

Não me culpe pela liberdade, não sou como pássaros em gaiolas
Não entendo nem o que sou
Não sobrevivo de esmolas
Nem sei bem para onde vou, mas são muitas as histórias.

Vivo intensamente em cada sonho aparente
Misturo desejos em minha mente e ainda consigo sorrir
Mesmo descontente.

Posso ser rima ou afeto,
Na sutileza de um riso, meio que discreto.
Não tenho conserto para o que sou
Sou metades, sou ardor,
como arde o fogo inquieto

Não fique bravo meu querido,
Ainda me recupero de um coração ferido
Sou intensa enquanto sou
Mas hoje o tempo já levou
E já paguei o pior castigo.


Andressa Liz

quarta-feira, 20 de março de 2013

Música da Semana - Love Lust

Hoje fiz a seleção de um folk da banda King Charles, que eu conheci a pouco tempo e já achei fantástica. A musicalidade e harmonia de tudo na música a torna uma ótima opção para relaxar e traz uma sensação de paz, apesar da letra um tanto dramática e romântica.

Love Lust - King Charles


Never let a woman go even when you know she can always be replaced.
She can always be replaced.
Lust only grows like anger and revenge.
Beauty comes and goes but love stays until the end.

Oh, never let a woman go even when you know she can always be replaced.
She can always be replaced.
Lust only grows like anger and revenge.
Beauty comes and goes but love stays until the end.

I wrote you a song Mississippi Isabel
I even sent you flowers when you felt ill
You’ve the strength of the Greeks
You are God’s masterpiece
You’re every triumph, every victory
I believe in every breath you breathe.

And I always imagined you’d be by my side
Whether I’m hiding in the city or tearing through the wild
You’re only a yoke, a noose on my throat
If your beauty is a fortress then my love will be the moat.
Oh, fall in love with you, fall in love with you, I must.

I’ll consume every part of you to indulge my love lust.

Never let a woman go even when you know she can always be replaced.
She can always be replaced.
Lust only grows like anger and revenge,
Oh beauty comes and goes but love stays until the end.

With a guitar in my hand or a gun in my hand
I’d give it all up for your hand in my hand.
For the sun on my skin as the morning begins
I’d die in the darkness to feel your skin on my skin.

Young soul
Young love
Young blood

Treasure every beating heart that sets your soul on fire.
Love will set your soul on fire.
Love will set your soul on fire.

terça-feira, 12 de março de 2013

Música da Semana - O Silêncio das Estrelas

Criei esse tópico com o objetivo de divulgar músicas que eu particularmente gosto muito e admiro de alguma forma, um espaço para dedicar à arte da música que fala tudo que se tem pra falar em forma de pura poesia, não há nada tão lindo quanto isso. Uma seleção de músicas que acho que todos deveriam escutar.

Para começar escolhi uma nacional, "O Silêncio das Estrelas" de Lenine.

uma boa reflexão sobre a destruição da natureza feita pelo próprio Homem.

Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
 Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal

E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro afinal?

Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais, de mais...
Afinal, como estrelas que brilham em paz, em paz...
 
Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal

Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais...

domingo, 10 de março de 2013

Até quando

Em que ou em quem podemos confiar? Nos nossos sonhos, nos nossos amigos? Vivemos sem viver e sonhamos em ter o que não queremos realmente ter. Futilidades nas palavras, críticas na ponta da língua ao mesmo tempo que mantemos nossos olhares cegos ou sem foco. Olhar em volta por que motivo? Ver o mundo arder em chamas até esperar o fogo dissipar? Por quanto tempo?
Nossos sonhos são roubados, nossas ideias mentalizadas repentinamente destruídas. Olhamos em volta e o que vemos? Corpos vazios impregnados do veneno dos desejos cobiçados e roubados. E desde quando? Desde que nos damos por gente ou pelo menos achamos que nos damos. Até quando? Até pararmos de insistir sempre nos mesmos erros, até diminuir a ociosidade ao ampliar a vontade própria e aprendermos aplicar a disciplina dita como ensinada. Do contrário que continuemos traçando rotas sem chegar a lugar nenhum, idealizando sonhos sem objetivo algum.

Andressa Liz

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Metade



Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.


Oswaldo Montenegro

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Sailing on feelings

Há certos dias em que não posso confiar em mim mesma, dias de completa indecisão, onde meus medos são alimentados por angústias.
As vezes posso escutar as vozes na minha mente me impedindo de tomar qualquer que seja a decisão, já não sei mais o que realmente quero mesmo quando traço meus objetivos e faço prioridades, afinal não posso saber qual dos barcos navegando em meio a essa hedionda tempestade chegará são à costa.
Não gosto de seguir sozinha por esses caminhos tortuosos repletos de dúvidas e medos momentâneos. Não, não tenho medo de viver, apenas de perder o que não quero perder no meio do caminho.
Alguns dias ando não sabendo se estou certa ou errada, talvez errando enquanto tento acertar e bom... pelo menos tentei. Em alguns momentos não tenho muito o que fazer a não ser esperar, e olha que não sou a pessoa mais paciente do mundo, talvez eu tenha aprendido que a pressa não me levará a nenhum caminho que realmente desejo seguir.
Anseio pelos sonhos que carrego, pelas pessoas que conheço e me arrancam um sorriso do rosto e tornam meus dias mais alegres, anseio pela calmaria em meio a tamanha tempestade e realmente desejo que um dos barcos chegue são à costa.

Andressa Liz