quarta-feira, 24 de julho de 2013

A Tristeza

"A tristeza durará para sempre", foram as últimas palavras de Vincent Van Gogh.
A tristeza duraria para sempre desde o momento que nasceu, oriunda de sentimentos. E quando será que nasceram os sentimentos? Talvez tenham nascido muito antes de nos tornarmos humanos, não somos os primeiros a sentir e talvez não sejamos os últimos.
A cada gota de lágrima que despenca de nossa face, ou de sorrisos efêmeros nos rostos de quem cruza nosso caminho, há um resquício de tristeza se pararmos para notar nas penumbras entre cada sentir. Serão todos tristes então?
A tristeza percorre as sombras das colinas, das árvores e dos narcisos. A tristeza coexiste junto ao frio das manhãs de inverno e da brisa gelada do anoitecer. A tristeza ainda encobre as estradas cobertas de neblina, mal se pode ver o que há adiante. As mãos de quem se ama afastam a tristeza enquanto outras mãos a afagam, simultaneamente.
Cores mudam a coloração, ora quentes, ora frias. Pinturas sustentam rostos alinhados em dor após inúmeras tentativas de libertação pelos artistas.
Homens esfarrapados sustentam olhares cabisbaixos pelas ruas moribundas enquanto homens bem vestidos sustentam sorrisos cansados em sua face, fingidos.
Amantes seguram rosas com espinhos enquanto trocam juras de amor. O belo ainda torna-se triste enquanto mesmo o feliz torna-se feio diante de todos os demais olhares.
Talvez ainda a tristeza percorra a mente de todos os insanos, pois os felizes estão todos no hospício.

A tristeza durará para sempre.


Andressa Liz

Nenhum comentário:

Postar um comentário