quarta-feira, 30 de julho de 2014

Sutil Agradecimento

Há quem queira invadir meu espaço para por acaso se surpreender por encontrar meus sentimentos ainda soltos nas entrelinhas dos meus textos. Há quem irá se surpreender em como minha insistência é grande, e ainda em como resolvi ficar perdida no tempo. Há um tanto de sentimentalismo a permear as audaciosas linhas dos meus tolos poemas. Fatigando cada verso na mesma essência das mil personas que construí. Há quem venha me dizer que é bom o que por vezes escrevo e nas horas que releio me perco no achismo duvidoso das conclusões a tirar sobre mim mesma. Os textos ali claramente fazendo parte de mim em suas ficções, narrando fatos do pretérito perfeito e imperfeito. Há quem perceba a minha saudade pelos momentos que existiram em suas não existências. E há quem se canse da persona melancólica na persistência, ainda entre tantos escritos tantos, vislumbrados, e tanto perdidos nas páginas já escritas que constituem o tal Introscópico Eu.


Agradeço de coração os leitores, e ainda secretamente deixo uma ponta de saudade àqueles que permeiam meus poemas em suas referências e minhas quintessências, mas tudo meramente por amor.



Liz

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Porque eu não queria fazer soneto

Tentou pedir-me um soneto
pensei astutamente em algo
Alguns versos obsoletos
na mente por demais vagos

Sonetos são tão opressores
A métrica é o que desgasta
Penso em todos, escritores
De paciência assim tão vasta

Para escrever algo bom
não adianta formar só frases
Perdendo-as nas entrelinhas

Como música em tons graves,
Acertar um certo tom
Da inspiração que nunca vinha



Andressa Liz

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Céu

O beijo que transborda 
tua alma em minha boca
tem gosto de nuvem



Andressa Liz

Seu Tacanho

era tão pequeno, mas tão pequeno
que podia ser maior e não queria
Não era estranho,
pior,
era normal.




Andressa Liz




obs: vejo Seu Tacanho em vários lugares, cansei de ver o Seu Tacanho.

Vaga-lume

pisca
por acaso
pisca
pelo ocaso
vaga
só assim é visto
e assim, diferenciado.



Andressa Liz

Lusco-fusco

teu ser na minha presença
eu em minha consciência



Andressa Liz

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Introscopia

introscopicamente falando
introscópico ver de dentro
o que vem de dentro.
Introscopiar


Liz

As Ondas

Será que tu sobreviverá às ondas?
Ou talvez seja o retrocesso da maresia
não estive pronta
não foi nada o que era
salgado demais
mas as tormentas no meu interior
criaram furacões.

Seremos os mesmos amanhã?
Ou mudaremos para não sermos o que fomos antes
sendo nós mesmos agora

Em ti, o meu espelho
partido por sentimentos de azar
e não anos que se arrastam sem sentido
para tentar dar forma
ao que gostaria de ser amanhã.

O sol tece seu percurso sob o mar
amar, eu-me-ei se na velhice
não eu, mas nós-nos-emos
se solidão.

O meu espelho de ti passado
quebrado percebo
que preciso de tempo
para me recompor em outro objeto.

Sentimento concreto é palpável
pelas tuas mãos.

Mas o meu silêncio perpetuará
os próximos dias de maresia
que podem durar anos de azar
pelo meu espelho quebrado,
mas a água transparente
ainda reflete a minha tormenta.

Sobreviverei às ondas?
Nada posso por ti
se nada poderei
por mim, além do que serei.

Não, morrerei!
Como o dia através do céu
vira noite.



Andressa Liz

terça-feira, 22 de julho de 2014

A vida do poeta é para ser invadida, tal como este invade os corações alheios a procura de algo para colocar em seus poemas.
Não tenha medo de entrar, minhas portas estão sempre abertas, mas tome cuidado pra não se perder no meio da bagunça.



Liz

sábado, 12 de julho de 2014

Palavras e poemas

Se me engano
com todos esses amores efêmeros
bem sei que no fim
talvez não consiga ter o que queira.
Não é um motivo para desistir,
apenas um desabafo
em forma de versos.
O que busco em meio aos meus riscos
é apenas uma chance
de conseguir me enganar
pois se no fim eu não conseguir
o que tanto quero,
ao menos me dei outra chance
de amar.
Pode não significar muito,
ora significar tudo
e no desenrolar dessa história
fica o sentimento mudo
em palavras e poemas.


Andressa Liz

quarta-feira, 9 de julho de 2014

A minha densidade inundou o teu vazio
E tu se afogou na minha profundidade.

Deixou a verdade pendendo por um fio

Era tudo mentira, no fim
Por medo de mim, fugiu.




Andressa Liz

terça-feira, 8 de julho de 2014

Um tempo

Pedem um tempo
e tu finalmente percebe
que não adianta perder o tempo
com propostas vagas
e angústias insossas
para proporcionar tempo a alguém
que não se importa.
Pedem um tempo
e tu se da conta
que quem perde tempo
é ninguém além de si mesmo.
Perdem um tempo
e uma oportunidade de ser feliz
pela indecisão clara.
O medo promíscuo da sinceridade
pede passagem pelos apertos
do coração.
Pedem um tempo
Perdem um tempo
E tu se perde no tempo
que pede por um fim.



Andressa Liz


segunda-feira, 7 de julho de 2014

"E pouco a pouco, as dores viram água, viram memória. As memórias vão com o tempo, se desfazem, mas algumas não encontram consolo, só algum alívio nas pequenas brechas da poesia."




Filme: Elena, 2012

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Bem-te-vi

Bem-te-vis barulhentos
naquele início de tarde
que nos encontramos
e bem te vi
O casal de pássaros
pousou na árvore ao nosso lado.

Essas últimas semanas
Mal te vi por aqui

e hoje mal te vejo em qualquer lugar.



Andressa Liz