sábado, 25 de maio de 2013

Âmago e Vinho

Contratempo o tempo não passa
Devaneios acham graça
Da minha mente sobrecarregada
De sentimento, dor, amor, saudade
Ao pensar em tudo e não pensar em nada
Por sinceridade, me vejo em uma emboscada.
Sentimentos vêm e vão
À flor da pele deixo fluir
Mas de súbito um 'não'
Não posso permitir.
E por quê? Eu me pergunto
Não entendo mais o assunto
Foi vinho por demais?
Ou momento profundo
No encontro infinito
Onde ainda grito
Por tudo isso que fui,
Ou por tudo isso que sou
Ou ainda pelo que quero ser
Mas deixo a merecer
Pois não sei onde estou
Então não devo esclarecer
Porque ainda estou aqui,
No canto que me confortou
Após o encanto que restou
De tudo que vivi.


Andressa Liz

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Tempo

Tic tac e a hora passa
Mas o que aconteceria
Se eu achasse graça
Em voltar os ponteiros?
Seria uma trapaça
Contra o tempo?
Ele passa ligeiro
E eu me atento
Enquanto não entendo
Porque ele tem que passar.



Andressa Liz

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Pequeno conselho

“Não comer carne significa muito mais para mim que uma simples defesa do meu organismo; é um gesto simbólico da minha vontade de viver em harmonia com a natureza. O  homem  precisa  de um novo tipo  de  relação com  a natureza, uma relação que  seja de integração em vez de domínio, uma relação de pertencer a ela em vez de possuí-la. Não comer carne simboliza respeito à vida universal.” 


Weil Pierre

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Xeque

Em jogo peças pretas e peças brancas
E para ser franca,
Eu não quero mais,
Ser tempestade e saudade,
Deixar transparecer essa minha complexidade.
O bispo pede passagem na diagonal
Está limitado pelos quadrados negros
Como eu e este apego,
Medianamente desproporcional.
O vento que leve indulgências
Não me devolva essas carências,
Apenas traga simplicidade.
Sei bem que é pura maldade,
Esse sentimento a flor da pele
Carregado de inseguranças e tristezas
Quando não se tem mais certeza,
Mesmo carregando esperanças.
O pião avança,
Estou em xeque
Não sei se é mate
Mas a ansiedade que bate
me abre como um leque.
Me encho de vontades
Enquanto me firo com docilidades
De palavras, de promessas
E o resto não interessa,
Perdi mais uma peça.
Sem ter pra onde ir retrocedo uma casa
Meu coração agora em brasa
Queima tudo o que resta
E eu inutilmente ao canto do tabuleiro
Utilizo um floreio
Pra procurar por uma fresta.
A Torre ameaça na horizontal
E o pião que me protege
Agora limita a passagem
Como o amor que me enlouquece
E me tira a coragem.
Não tenho aonde ir
Xeque
Xeque mate.


Andressa Liz

terça-feira, 7 de maio de 2013

Prosperar

Essa coisa de controlar sentimentos não é pra mim, definitivamente. Me entrego sim, me entrego e me jogo de cabeça, quando sei o que quero não fico com um pé na calçada e outro na rua, atravesso inconsequentemente, mesmo que a chance de ser atropelada seja grande. O que fazer, o que fazer? Saudade e ciúme faz a gente definhar lentamente, inventar situações, criar paranoias. Quanto maior o amor, maior o ciúme, maior o medo, tudo é maior, mas também maior minha coragem pra não deixar com que isso tudo que construímos seja arruinado por algo tão ínfimo. Meu medo de te perder é grande, mas meu amor sem pretensões é próspero.


Andressa Liz

sábado, 4 de maio de 2013

Saudade

Tento encontrar o que está perto só em mente
E doente fico,
de tanto pensar.
Pensar, pensar no inconsequente
No rosto e no gosto do amor.
Logo não é muito prudente
Atravessar a rua
quando se tem a lua
pra admirar.
E recordo
aquele beijo, aquele abraço,
Aquele banco que sentamos na praça
Aquele desconto que só por pirraça, fez o lanche sair de graça.
E sujei meu nariz de mostarda
Enquanto você ria da minha cara engraçada
E eu me contentava em ser estabanada
Se pudesse ali escutar, com a cara manchada,
Como era bom presenciar tua risada.
E sorri, senti e admiti
que tudo era muito mais bonito a partir daí.

Acordei aqui, pensando no que sonhei
Sentindo saudade de ti e protestei,
Porque isso tudo ainda não vivi
E quis fugir daqui
Desde o dia em que te amei.

Mal da saudade e da idade,
Carregada de vontade
Cria pretexto pra sonhar
Nessa louca necessidade
De te ver e te amar.


Andressa Liz