segunda-feira, 30 de junho de 2014

Quartos

A verdade é tão nua
quanto eu despida de minhas roupas
coberta apenas por meus devaneios efêmeros
e minha imaginação fértil
Coração palpitando sentimentos
em alguns quartos na minha vida
sendo que apenas vivi um quarto dela
sabe-se lá
nem isso
ou até mesmo mais.



Andressa Liz

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Somos muito
para ser apenas um só.


Liz
Andressa Liz

terça-feira, 24 de junho de 2014

Dor porque amo

Se dor porque vivo
escrevo porque amo
se amo porque vivo
escrevo porque dor
se vivo porque dor
amo porque escrevo
se escrevo por que vivo
dor porque amo.



Andressa Liz

No fim

Eu que soube te amar
e decifrar astutamente o teu ser
percebi no auto-desgaste inconstante
aptidão para um vazio eterno de solidão.
Não há aconchego nos teus olhares
nem palavras a saírem da tua boca.
A frieza é imprescindível
e teu calor inacessível,
uma prisão para o meu anseio
em te desejar
e assim me sinto livre
para simplesmente amar.
Em cada sinceridade das minhas palavras
Vi o medo a tingir tua alma
afastar de ti o meu querer
na distância que cresce em teu pesar.
Ora se estou tão próxima do fim
não há porque zelar pelo cuidado
Nem há motivos para reverter minha paixão
ao nada.
Nós que estamos juntos, estaremos sós
nós que estamos sós, estaremos juntos
E mais do que isso
destrocei todos os vazios em versos
sob meu mais profundo caos
e destrinchei as palavras que te assustam
todas as que mais teme ouvir
pelo pesar da consciência
por já não querer mais sentir.
Não há liberdade na solidão
de quem se prende ao profundo medo
mas há paz na compreensão
de quem ainda ama.
Esse é meu segredo
temendo revelar a ti
e te afastar de vez
por conta do meu apego
Se assim, tanto fez
talvez ainda me queira
no fim.

No entanto, irei
embora


Liz

Inconstantes

O amor que se desenvolve
naturalmente
por vez sincero, assusta
afasta e distancia
já que nunca mente
e por tamanha força
não dura
mais que alguns momentos
embora seja de eterna tortura
para certos sentimentos.
A dor incessante
que o torna brevemente
impossível
por mais presente constância
também o torna
astutamente
acessível.



Andressa Liz

Nós que podíamos ser tudo
já não somos mais nada
tu que podia ser meu mundo
decidiu em poucas palavras

que já não mais queria.



Liz

domingo, 22 de junho de 2014

Um só nada

Como fugir
desse eterno vazio,
essa eterna condição
na qual sentenciamos a nós mesmos
em um caos interno
de profundo sistemático nada?
Como poder tomar todas as dores
sinceras
problemáticas em esferas circulares?
Fim de mundo
refletido em sonhos
e o inconsciente já sujeito à inércia.
Caos vazio
e lágrimas que despencam dos olhos
tempestades que secam desertos
Angústia travestida de inconformação.
Como buscar
a dilacerante verdade em meio ao nada
afogar em mares de sentimentos,
ondas de pesadelo
a sempre torturar?
Como desatar nós
de uma vida complicada
sentenciada à morte lenta
sedenta por solidão.
Como acalmar a alma
despertar a calma
e controlar a chama
que queima nosso coração.

Um só caos
em um só nada.

Todos nós.



Andressa Liz



sábado, 21 de junho de 2014

Amor pela palavra

Toda poesia
deveria
ser feita
com amor
Pelo moço
pela moça
pela flor
pelo vento
pelo sentimento
(inconstância
ou
distância)
amor
pela
palavra.





A poesia é amar com palavras e amar as palavras que transbordam.

Andressa Liz

Utopia

se amor for utópico
e o tópico sentir
mesmo que sincero
ainda assim não existir
tu será
para sempre
minha
utopia
do futuro,
o passado
daquela dor que não existia.



Andressa Liz

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Não há nada
para se buscar
no prazer da dor
além de melancolia.



Liz

domingo, 15 de junho de 2014

Há poemas floreados
pelo receio de deixar claro
meus anseios consternados
e cruéis sentimentos
fadados ao meu caos interno.



Andressa Liz

Olhos morenos

Uma breve referência
das surpresas que a vida oferece
entre ruas alagadas
e florestas de concreto
onde não brotam esperanças
sendo o futuro sempre incerto.
Há uma linha tênue entre viver
e sentir-se vivo
Superfícies de contato frágeis
sensíveis ao tato
que ainda separam olhares.
Há um medo crescente
que dissemina a certa dor
da incerteza
e o tempo que nos trai fielmente
é um erro que mente em palavras fieis
que não consome mais que um beijo.
Minutos esvaídos em tragos
e estragos feitos em corações
claros sentimentos em expectativas
Sob perspectivas
perceptíveis nos olhos morenos
mais lindos que vi.


Andressa Liz

terça-feira, 3 de junho de 2014

A Mosca

Enquanto os animais fogem
temendo o teu rugido de leão
uma simples mosca
serenamente pousa
impertinente
em teu nariz.



Andressa Liz

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Não vou mentir
e dizer que todos os meus textos são pra ti
mas certamente
tudo o que ainda resta de mim
é
e sempre o foi



Liz
Há sempre algo errado
quando dizemos "eu te amo"
e recebemos "obrigado"


Andressa Liz