domingo, 27 de fevereiro de 2011

I Belong To You


Eu não consigo encontrar palavras pra dizer
Elas estão ultrapassadas
Eu viajaria meio mundo pra dizer
"Eu pertenço a você"

{I Belong to You - Muse}

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Quando as lágrimas chegarem aos seus olhos,


deixe-as cair, rolarem pela sua face, porque é sua alma que precisa aliviar..

- A Ponte Para Terabítia

Quando somos crianças,


queremos ser adolescentes, mais quando somos adolescentes queremos ser crianças de novo. Quando somo adolescentes queremos ser adultos, quando somos adultos queremos ser adolescentes ou crianças de novo. E quando finalmente envelhecemos, prestes a morrer, desejamos nunca ter nascido.
autor desconhecido

Amor Verdadeiro?



Renato Russo:
Alguém aí ja sofreu por um amor verdadeiro?
Publico: Já!
Renato Russo: Dúvido. Se fosse amor verdadeiro não faria ninguém sofrer.

mulheres são como maçãs


em árvores. as melhores estão no topo. os homens não querem alcançar essas boas porque têm medo de cair e se machucar. preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão, que não são boas como as do topo, mas são fáceis de se conseguir. assim as maçãs do topo pensam que algo está errado com elas, quando na verdade, ELES estão errados! elas têm que esperar um pouco para o homem certo chegar, aquele que é valente o bastante para escalar até o topo da árvore.

autor; desconhecido

“Uns tomam éter, outros cocaína.



Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria...”


(Manuel Bandeira)

Norwegian Wood


“Se eu relaxar agora, eu me despedaço. É assim que sempre vivi e que deverei continuar a viver. Se eu relaxar por um minuto nunca voltarei à condição original. Eu me despedaçaria e os fragmentos acabariam sendo soprados para algum lugar”


(Naoko, em Norwegian Wood – Haruki Murakami)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

La Belle Personne


Não tenho vergonha de conversar francamente. Eu pensei que houvesse algo que você gostasse em mim, minha franqueza. Imaginar que você pode não mais me amar é muito pior para mim do que aquilo que você chama de regras que fiz para mim mesmo. Eu sei que somos duas pessoas, então como qualquer um nós podíamos estar juntos, mas por quanto tempo? Se nós somos pessoas normais por quanto tempo nosso amor vai durar? Amor eterno não existe, nem nos livros. Então amar significa por um tempo determinado. Seria um milagre para nós, não somos diferentes de nenhuma pessoa. Não sou boba, você é bonito, todos gostam de você, você conhece várias garotas, eu conheci pelo menos duas delas, assim como elas, um dia, você vai partir para amar outras que você acha mais agradáveis e eu não sobreviverei, sem contar os ciúmes. Talvez eu seja capaz de perdurar minha tristeza, outros também.

{A Bela Junie - La Belle Personne}

Dear John


“É por isso que não conto às pessoas sobre nós. Eles não iriam entender, e não sinto necessidade de explicar, simplesmente porque sei em meu coração como foi real. Quando penso em você, não posso deixar de sorrir, sabendo que você me completa. Eu te amo, não só agora, mas sempre, e sonho com o dia em que você vai me abraçar novamente.”
Dear John.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.


Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.


{Pablo Neruda}

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Minha Vida Como Liz - Cap. 14 Final


Capítulo XIV - Final

Acredite, eu já chorei demais por amor, entendo isso perfeitamente, e entendo também que é difícil esquecer quem amamos algum dia, aliás o máximo que pode acontecer comigo é gostar de outra pessoa a mais e não esquecer alguém que eu tenha gostado algum dia, naquela tarde tudo me corroía por dentro, como se eu fosse esfaqueada por várias facas no meu coração, eu não sabia mais o que eu ia fazer, não conseguia nem ao menos me controlar.

Ele me ligou quase uma hora depois, ele me perguntou se eu falava sério, eu tentei controlar a voz e expliquei tudo calmamente, que aquilo estava me matando, que eu não podia ficar tão longe assim de uma pessoa que eu amava, e preferia terminar isso, eu entendi também que era difícil para ele, pois ele concordou com tudo que eu disse, e amanhã ele iria pegar o vôo para fora do país, e estaríamos realmente longe um do outro, é melhor assim pra nossa vida, temos que escolher entre o que é bom para nós naquele momento e o que é bom para nós na nossa vida, e essa escolha é realmente algo difícil, acho q foi o que mais doeu em toda a minha vida, a pessoa que eu mais amei iria embora, e o pior eu não queria fazer nada para impedir mesmo que aquilo me causasse dor, pensei que ele seria muito mais feliz e que iria se sair bem na vida, então só isso me fez sorrir naquele momento.

Era quase de manhã, o sol dessa vez não tinha saído ainda, estava frio e eu estava no aeroporto sentada esperando, minhas lágrimas haviam parado de cair, mas a minha tristeza não havia passado, naquele momento eu pensava tentando me consolar, que os nossos momentos juntos foram realmente muito mais inesquecíveis que o tempo que ele não estava, e que ele não estaria, depois disso eu tinha quase certeza e nenhuma esperança em vê-lo novamente.

Ele havia chegado, eu iria me despedir, era a última coisa que eu poderia fazer por ele e pelo meu coração. Conversamos enquanto esperávamos o vôo dele, até que foi anunciado, meu coração se comprimiu, havia chegado a hora - Acho... que esse é o seu vôo... - Eu disse - Sim, bom... parece que tenho que ir. - ele respondeu friamente “lógico que você não tem que ir” eu disse aquilo para mim mesma, então apenas eu ouvi, ele iria partir mesmo, e tudo que eu podia fazer era me despedir, eu não hesitei e o beijei, de todos esse foi o beijo que mais significou pra mim, foi nesse beijo que percebi que ele me amava, agora eu podia ter certeza e isso me deixou feliz, eu o abracei como se nunca fosse abraçá-lo novamente, e de fato não ia, eu havia dito que nunca mais choraria por amor, mas confesso que uma lágrima furtiva escorreu no meu rosto aquela vez, mas também porque eu estava feliz e queria o melhor para ele, e como não sabia transmitir isso em palavras, tentei transmitir em um beijo que por mais que silencioso significava muito mais do que palavras para mim.

Ele olhou nos meus olhos, me senti desconfortável, ele olhava profundamente, e mais uma vez não fazia ideia do que se passava na cabeça dele, então sussurou no meu ouvido “Adeus”, essas palavras ficaram gravadas na minha mente e no meu coração, meu olho encheu de lágrimas, mas não derrubei nenhuma na frente dele, apenas chorava por dentro então eu abri um sorriso, esse não era falso como o da outra vez, ele percebeu isso e retribuiu o sorriso, então ele estava indo, eu apenas parada observando, pensei que aquele seria mesmo o fim, ele se virou pela última vez e disse “Não pense que esquecerei de você, e pare de pensar que esse é o fim” e sorriu de novo como se ele achasse graça ao adivinhar exatamente o que eu estava pensando, eu não falei nada e sorri de novo, então percebi que algo brilhava no olho dele, pensei que estivesse chorando, mas ele estava longe então não pude ver direito, ele hesitou em virar para trás, então vi algo cair no chão e ele se foi, não virou para trás nenhuma vez e quando fui ver o que havia caído no chão era uma caixinha, eu a abri, e o que estava dentro era uma aliança, eu prometi que não ia chorar por amor, mas existem promessas que as vezes não conseguimos cumprir.




Bom isso foi tudo que eu podia contar da minha vida, aliás tentei ser bem direta e contei apenas as partes que importavam mais, não vou dizer “tomara que tenha gostado” pois isso não é algo que eu gostaria que as pessoas gostassem, mas deixo uma última sugestão, vamos abrir espaço no coração para os amores passageiros, pois são eles que podem nos surpreender, e a você que ama alguém e não tinha coragem de falar o seu amor apenas aconselho que espere o momento certo, na hora algo guiará seu coração, se isso não acontecer é porque realmente não era o seu amor... e muitas vezes o destino não está a nosso favor, mas pense se não é isso que torna nossa vida emocionante e com maiores opções, não direi para seguir o seu coração, pois isso mesmo eu não fiz, eu fiz o que me pareceu ser certo e com razão, e acima de tudo, pensei no que era certo para aqueles que eu amo, talvez eu tenha errado, mas no fim, fiz o que achei certo e não me arrependo de nada mesmo que isso tenha me machucado, você sempre pode sorrir e sempre pode começar de novo, esse não foi o fim e não foi a única pessoa que amei, mas para isso temos que arriscar, e se não temos nada, não temos nada a perder.

By: Andressa Liz

Comentário da Autora: Dedico a Victória, Joyce e Fernanda, que entendem com clareza o que escrevi e que talvez se sintam às vezes como a Liz, e elas sabem tanto quanto eu como é difícil amar alguém.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Minha Vida Como Liz - Cap. 13


Capítulo XIII

O dia estava normal, o sol quase saindo por de trás das nuvens de chuva, e eu o encontrei, depois de tanto tempo ele não mudara nada, e parecia que nunca iria mudar. - Eu estava realmente precisando falar com você. - Seu modo de falar não havia mudado e eu respondi com a mesma afirmação, eu precisava falar com ele e tentei convencer a mim mesma que era a coisa certa a se fazer. - Você primeiro. - Disse ele, eu hesitei por um momento, mas neguei e pedi que ele começasse, ele hesitou antes de começar a falar, mas manteve a frieza de sua voz - Eu... recebi uma proposta de mestrado fora do país, eu iria ganhar bem e talvez tivesse uma boa vida, então eu estava pensando... - Ele parou a frase por alguns segundos, parecia estar pensando na melhor forma de dizer, a princípio não acreditei que ele me deixaria lá por uma proposta de emprego fora do país, mas mantive minha mente forte para que pudesse segurar as lágrimas, eu ia acabar com aquilo não é mesmo? Então ele deveria continuar a vida dele, ao invés de chorar eu sorri para ele - Entendo, acho que você deveria aceitar essa proposta, não é algo que receberá todos os dias, aproveite se for o melhor para você. - Depois que falei isso cheguei a conclusão de que aquele sorriso foi a coisa mais falsa que já fiz em toda a minha vida, se eu fosse a Liz de antes, com certeza eu estaria chorando como uma tonta na frente dele, mas a Liz de agora conseguia segurar suas lágrimas, e apenas chorava por dentro.

- Você realmente não se importa, se eu escolhesse o emprego a ficar aqui? - Ele perguntou com um tom de indignação, me senti provocada e o provoquei de volta. - Acho que isso não seria uma escolha difícil para você. - Ele me observou por alguns instantes, minha expressão estava a mesma, o sorriso falso estampado no rosto, então criei coragem para dizer o que eu estava determinada a dizer. - Eu acho melhor que tudo acabe aqui. - Decidi dizer por fim. Ele não falou nada por algum instante, estava avaliando cada palavra, cada expressão que fiz ao dizer isso, como se buscasse algum defeito na minha expressão ou alguma falha na minha voz, por fim disse - Por que diz isso? - Eu não sabia o que responder, na hora tudo fugiu da minha mente, então tentei responder da forma mais parecida com o que eu havia me preparado para dizer antes - Você tem uma ótima proposta, não quero que a perca por causa de mim ou de qualquer outra coisa, você já está tão distante e acho que isso não faria diferença para você, mas se continuarmos assim, eu não sei quanto tempo mais eu iria aguentar. - Minha expressão estava séria de novo, ele me avaliou novamente por alguns instantes, pensei que ele fosse negar ou me consolar, mas o que ele disse foi - Você têm razão, talvez seja melhor assim... - Aquilo realmente fugiu do que eu previ, eu nunca acertava as previsões e depois que ele me disse isso eu pensei que ele nunca tinha me amado, ele era a pessoa sincera mais falsa que eu já conheci então, ele me disse apenas uma vez que me amava e agora ele concordava em ir embora e me deixar lá, eu sabia que essa resposta foi a melhor que ele podia ter dado, mas ao mesmo tempo não era a resposta que eu gostaria de ouvir.

Eu fiquei em silêncio, era tudo o que precisava ouvir pra saber que havia acabado, então ele deu um tapinha na minha cabeça e disse - Você estava falando sério? Você acha que eu realmente falo as coisas e depois as deixo do nada? Eu não falei que iria para fora do país, não afirmei nada desde o começo, você é muito negativa e pessimista. - Ele mudou meus pensamentos de novo, e me senti ofendida, eu já não sabia se o que ele falava era verdade e realmente fiquei brava naquela hora. - Sim, eu estava falando sério, e falando a verdade, não acho que você se importe muito com as coisas... eu prefiro que tudo termine aqui, não tenho mais nada a dizer, apenas quero que vá embora e faça as coisas que têm que fazer na sua vida, não vou mais atrapalhar...

Eu falei isso sem pensar, me dirigi ao meu carro e o deixei lá no restaurante, eu não queria, e nem conseguiria olhar para a sua cara depois do que eu havia dito, enquanto eu voltava para casa as lágrimas começaram a cair sem que eu pudesse impedi-las, meu coração apertava e nunca senti nada pior, mas aquilo era algo momentâneo, e iria parar, eu tentava pensar positivamente, mas quanto mais pensava no assunto, mais lágrimas caíam, e eu posso afirmar que essa foi a última vez que chorei por amor.

Minha Vida Como Liz - Cap. 12


Capítulo XII

Eu sabia muito bem que não era certo o que eu estava fazendo, aliás eu já tinha me comprometido com alguém antes, lógico que eu não trocaria o Gui em nenhum momento por nenhuma outra pessoa e a única decisão ruim que me restou foi terminar com o Daniel, nada parecia mais justo.

Engraçado, por mais que nos apaixonemos ao longo da nossa vida o primeiro amor é o que nos marca mais, parece que é algo que nós nunca esquecemos, e jamais poderia esquecer, se eu tive um momento onde tudo estava tão certo e feliz na minha vida, esse foi o único, mas tudo que é bom dura pouco, e direi porque, o destino mais uma vez aprontou comigo, algo bom sempre vinha acompanhado de algo ruim, nós nos manteríamos longe um do outro, até terminar a faculdade, nada mais injusto seria se eu ou ele parasse a faculdade, afundasse sua vida e sua carreira profissional para estar ao lado do outro, então era óbvio que não o veria por muito tempo, aliás, sabe-se lá quanto tempo o veria e comecei a perceber que aquilo seria um problema. Terminar com alguém que realmente foi tudo para eu naquele momento ruim foi realmente algo que me deixou triste, mas eu sabia que coisa pior aconteceria se eu não fizesse isso ou então me arrependeria.

Acho que há anos atrás no colegial, nunca imaginaria que estaríamos juntos agora, aliás não sei nem dizer se realmente estamos juntos, porque com certeza ele não é uma pessoa que se apega aos outros, preferi levar isso do jeito dele, porque eu o amava e bem no fundo sabia que ele me amava de verdade, e isso era o que me importava.

Os dias que se seguiram foram longos demais, nós continuamos a faculdade, cada um ao seu lado do estado, percebi que saí de um problema para outro pior, eu não parava de torturar o meu coração, eu tinha certeza que para ele isso não fazia diferença, eu sabia que ele não se apegava muito as pessoas, e que mesmo que gostasse de mim, de alguma forma eu sentia muito mais a sua falta do que ele da minha e isso estava começando a virar um problema para mim.

Eu sempre fui uma pessoa que se apegava muito aos outros, eu não aguentava passar quase um ano sem poder vê-lo um dia, e quando o via era apenas por um dia, ou uma noite, e eu com certeza não estava aguentando algo assim, foi aí que decidi tomar a decisão mais difícil da minha vida.

Eu sabia que meu amor por ele era grande, mas a saudade que eu sentia por ele acabou sendo pior do que a nossa despedida, eu sabia que teria que ser forte naquele momento, eu teria que acabar tudo aquilo no final de semana, onde ele viria, eu estava determinada a fazer o melhor para mim, talvez para nós, porque não queria que ele se prendesse a minha vida ou aos meus sentimentos, não fui feita para aguentar as pessoas que eu amo longe de mim, eu estava determinada que aquela seria a última fez que eu sofreria por amor.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Minha Vida Como Liz - Cap. 11


Capítulo XI

Depois daquele beijo novamente as sensações antigas vieram a tona, e a culpa pesou na minha consciência em toneladas e olhei para o chão buscando um buraco onde eu pudesse me esconder, já não estava mais olhando para ele e acho que não sei se conseguiria olhar para ele novamente.

Não sei o que se passava na cabeça dele naquele momento, aliás nem sei o que se passava na minha pra ter dado um beijo nele, podia ter dito que o amava, podia ter dito tudo, mas eu não disse nada e o beijei, ele continuava ali parado na minha frente e os poucos minutos de silêncio que se seguiram antes de serem quebrados pela voz dele pareciam anos para mim. - Preste atenção porque eu só direi uma vez. - A frieza da voz dele não mudara nem por um segundo e eu não entendi exatamente aquelas palavras, eu não sabia se continuava ali com a cara abaixada ou se olhava para ele, algo me disse para olhar, então levantei minha cabeça e logo vi que o sorriso não estava mais em sua boca, então eu esperei pelo pior até que ele falou - Eu sempre amei você como nunca havia amado outra pessoa antes, aliás nunca amei ninguem a não ser você, a única pessoa que teve coragem para sentar-se no banco da escola todos os dias e que conversava comigo sem que me parecesse uma chatice. - Um sorriso ameaçou-se a abrir, mas ele o conteve, e novamente ele surpreendeu com suas palavras, eu não as previ e não acreditei no que eu havia escutado e ri, ri ironicamente como se aquela cena ficasse cômica de tão séria, então falei - Você deve estar brincando, e também já fazem alguns anos desde o colegial e... eu não deveria estar aqui e não deveria estar fazendo isso. - Eu disse tentando parecer séria, aquilo pesou um pouco na consciência, mas a culpa e o que ele me disse fez com que eu desse essa resposta estúpida, pela primeira vez eu não levei a sério o que ele falava, mas confesso que por um breve momento meu coração acelerou. - Então você não acredita no que eu digo. - disse ele ainda sério e tão severamente que minha expressão ficou séria e meu coração acelerou, parece que aquela severidade fez com que as palavras anteriormente ditas começassem a entrar na minha mente, como ele sempre fazia com o que falava, tudo que ele me disse estava gravado em minha mente.

O silêncio tomou conta do local, o vento passava ferozmente entre nós e o céu estava nublado, me lembro muito bem porque foi debaixo desse céu, entre esse vento e silenciosamente que ele retribuiu o meu beijo.

Minha Vida Como Liz - Cap. 10


Capítulo X

Sabe, aquelas feridas deixadas pela saudade nunca cicatrizam bem, o único jeito de mantê-las fechadas é enquanto você está perto da pessoa desejada, mas quando essa pessoa se afasta, essa ferida começa a doer novamente, a minha não foi diferente, nunca se fechou.

Mas devo falar sobre uma pessoa em especial... essa pessoa me ajudou a conviver com a dor, porque a felicidade que essa pessoa me trazia era tanta que me sentia bem quando estava perto dela... Daniel foi a próxima pessoa que amei, sabe, o coração de uma garota é realmente confuso... nós gostamos de alguem por tanto tempo e depois aparece outra pessoa que gostamos tanto, parece um ciclo de paixões que nunca acaba, lógico que meu amor pelo Gui manteve-se todo esse tempo, só que bem oculto.

Diria que a felicidade da minha vida havia sido recuperada, eu o amava tanto e tudo dava certo entre nós, mas sinto que se naquele momento se eu comparasse meu amor por ele com o que eu sentia pelo Gui, o amor por ele não seria nada, então pensei que não deveria mais pensar nisso, e durante muito tempo não pensei...

Novamente eu direi que o destino é cruel, porque geralmente nossa ligação com algumas pessoas acabam coincidentemente nos ligando novamente no futuro. Eu estava em são paulo nas férias de janeiro, mais precisamente em uma lanchonete e estranhamente via um jovem rapaz sentado na mesa ao lado que dirigia olhares estranhos na minha direção, no momento não reconheci quem era e ignorei o fato de que o conhecia, mas no fundo talvez meu coração soubesse muito bem quem era.

No momento em que eu me dirigia ao meu carro trombei novamente com o rapaz, seu olhar era frio e sua expressão séria, minha pele arrepiou no exato momento em que encostei nele e pedi desculpas apressadamente, ele olhou diretamente nos meus olhos e falou com seu jeito inconfundível - Você realmente não muda. - e sorriu, eu não acreditei naquela cena, pensei que nunca o veria sorrir, pelo menos nunca diante de mim, naquele momento confessei que realmente sabia quem era e não pude acreditar que estava diante dele, eu me sentia realmente feliz em revê-lo e aquele vazio que eu sentia foi preenchido por algo em frações de segundo, eu amava aquela pessoa ali na minha frente, eu realmente o amava e não conseguia esconder isso, então fiz algo que jamais me esqueceria... eu o beijei, o sentimento de culpa crescia por causa daquele beijo, mas a felicidade e aqueles sentimentos fizeram com que eu ignorasse a culpa naquele momento, eu pensei que ele fosse me afastar, mas como ele não fez isso eu continuei ali, nos braços dele.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Minha Vida Como Liz - Cap. 9


Capítulo IX

Deveria dizer que o fim é apenas o começo, não entendeu? Caso não tenha entendido entenderá quando algo terminar para você, acredite aquele não é realmente o fim.

No momento em que eu o abraçava comecei a pensar que não podia ficar o tempo todo ali... mesmo que eu quisesse, ele não fez nada naquele momento para se soltar de mim, então eu continuei ali e não sentia mais nada e nada mais existia. Quando o soltei que tudo começou a voltar ao normal e eu comecei a ficar nervosa, vermelha e todas as outras situações embaraçosas que se pode sentir.

Ele continuou parado e eu a sua frente com a cabeça abaixada, não fazia a menor ideia do que se passava na cabeça dele... tentei pensar de tudo, tentei prever tudo, que ele me achava uma idiota, que ele achava que eu era uma ridícula imbecil que o abraçou do nada, devia pensar que eu era uma das garotas que estavam dando em cima dele porque o achavam bonito, mas a reação dele foi totalmente inesperada e isso me pareceu tão estranho e absurdo, ele havia me abraçado de volta e susurrou cinco palavras que realmente ficaram gravadas na minha mente e creio que morrerei me lembrando delas “ Esse não é o Adeus” foi tudo que ele me disse, e naquele momento coisas absurdas se passaram na minha cabeça que não compreendia aquele momento, será que ele gostava de mim?

Foi essa dúvida que alimentou meus pensamentos durante os anos que se seguiram, aquele havia sido realmente a última vez que eu o vi naquele ano, foi essa dúvida que não me fez esquecer que talvez eu pudesse ser amada, foi essa dúvida que me manteve feliz mesmo no vazio que se seguia, eu estava determinada a acreditar que aquele não fosse realmente o adeus, mas sempre algo vêm a sua mente pra te deixar preocupada... se ele me amava, porque quis me deixar? E se o que ele disse fosse apenas algo pra me deixar bem enquanto ele partia, já que definitivamente eu não importava nada, se ele não fosse do tipo de pessoa que gosta de magoar qualquer que seja a pessoa. Era isso que me preocupava também ao longo dos anos, e conforme o tempo passava, mais esse argumento era válido.

Eu realmente estava esperando por algo que eu não sabia exatamente o que era, o tempo passava, as lembranças daquele abraço foram realmente se apagando, terminei o colegial, eu ia prestar faculdade em uma cidade do interior de São Paulo onde estava parte da minha família, eu tinha que seguir a minha vida e conforme vamos amadurecendo nós vemos que devemos deixar o passado para trás, mas isso nunca significou que devêssemos esquecê-lo completamente, pelo menos nunca significou isso para mim. Eu me apaixonei várias vezes, tive alguns namorados nesse tempo, mas nenhum deles preenchia o vazio de tanto tempo atrás, eu acabava terminando com todos, não conseguia ser presa a ninguem e não queria nenhum deles perto de mim, eu era uma pessoa bem difícil de compreenderem, talvez isso tenha afastado as pessoas à minha volta, mas foi o apoio daqueles amigos e família que sempre ajudam você mesmo sem entender que me fez continuar minha vida. E esse estava longe de ser o fim da minha história.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Minha Vida Como Liz - Cap. 8


Capítulo VIII

Eu me lembro muito bem desse dia, estava nublado e era meu último dia de aula, conseqüentemente o dele também, ele havia dito que não iria participar da formatura e que sua mudança para São Paulo estava decidida, isso apertava mais meu coração. E no final da aula ele estava no mesmo lugar, foi ali onde tudo começou e ali onde tudo parecia terminar, ele iria mudar de cidade e eu nunca mais voltaria a vê-lo, não conseguia acreditar nisso, ou melhor, meu coração não acreditava que acabaria assim, embaixo de um céu nublado sem que eu pudesse fazer nada para impedir.

Isso me lembrou aqueles filmes de romance que o seu amado está prestes a partir, você o abraça e fala que o ama, então ele te abraça e fala que a ama, a beija e fala que não vai mais embora porque você é a vida dele e ele não conseguiria viver sem você. Na nossa vida isso não acontece, eu bem que queria, mas as coisas são diferentes, me aproximei do local onde ele se encontrava sentado e me sentei ao seu lado, começava a pingar e o trovão quebrava o nosso silêncio.

- Então é o último dia não é? - Disse eu novamente com a iniciativa - Parece que sim. - Respondeu ele colocando o casaco - Então você vai mesmo para São Paulo não é? - naquele momento meu coração começava a apertar - Sim, vou voltar pra lá. - Bastaram essas palavras frias pro meu coração se comprimir completamente e eu já não consegui controlar minhas lágrimas - Você não se arrepende de ir para lá? Quero dizer, não sentirá falta daqui? - perguntei com alguma esperança - Não, não me arrependo... não tem nada que eu possa sentir falta, tudo que quero está lá, parece que é a coisa certa a se fazer, a vida tem que continuar. - Isso doeu na minha alma, queria dizer que ele não se importava comigo e que eu não significava nada na sua vida, era apenas uma idiota que o seguia para cima e para baixo com perguntas, ele era sempre questionado por tantas garotas, porque ele se importaria com uma delas? A mais esquecida... isso era tudo o que se passava na minha cabeça naquela hora e comecei a chorar silenciosamente, minhas lágrimas foram confundidas com as gotas da chuva que começava a cair naquela hora e senti que esse era o momento errado mais certo pra falar tudo que eu queria falar, eu me levantei... e ele se levantou e disse - Vou sair daqui, a chuva está piorando - eu segurei na ponta da sua camisa e pedi que esperasse, ele se virou com a sua expressão fria novamente e eu o abracei... e ao invés de falar que eu o amava eu falei bem baixo no seu ouvido “Adeus” e nada se passou pela minha cabeça naquele momento a não ser continuar abraçando ele, com ou contra a sua vontade, se provavelmente eu nunca mais voltaria a vê-lo então eu tinha o direito de marcar aquele adeus.

Minha Vida Como Liz - Cap. 7


Capítulo VII

Eu voltei a falar com ele novamente, e foi a partir desse dia que as coisas mudaram e comecei a compreender o que se passava na cabeça dele, era sempre no final da aula que eu o encontrava no mesmo banco e me sentava ao seu lado, dessa vez eu estava determinada a arcar com as consequência, quando não se têm nada, vale a pena arriscar já que não tenho o que perder; e eu esperava a hora certa de dizer a verdade, o que eu realmente sentia, isso pra uma garota é algo bem difícil de dizer e algo realmente importante, mas acreditem, os garotos não dão valor a isso da mesma forma que damos.

- Você sempre está aqui todos os dias. - disse tentando iniciar uma conversa particularmente nada fora do comum. - E você sempre vêm aqui todos os dias - disse ele, era realmente estranho falar com ele, mas era algo tão diferente que me deixava cada vez mais apaixonada quando olhava nos seu olhos frios. E nesse ritmo devo dizer que as coisas progrediam e eu passei a conversar com ele normalmente, posso até dizer que estávamos começando a virar amigos, ele era a única pessoa que me entendia perfeitamente e escutava tudo o que eu tinha a dizer e eu o tentava entender, mas ele não é o tipo de pessoa que fala muito de si para alguem, sempre quando eu o perguntava algo ele respondia “você verá” ou "talvez", as poucas coisas que dizia não eram nada completas para mim e isso começou a me perturbar e minha obsessão por saber por que ele era assim tomou conta definitivamente de todos os meus pensamentos, eu sempre tentava conversar com ele e arrancar informações que ele nunca dava diretamente, eu andava agora apenas com ele, deixei de lado minhas amizades que nem faziam falta, estar com ele naquele momento significava tudo para mim, mesmo ele nunca falando nada para me agradar ou incentivar eu sorria sempre quando ele falava coisas agradáveis como “legal” ou “interessante” e isso seguiu até o último mês do ano.

Quando pensei que as coisas podiam melhorar, elas pioraram, ele ia se formar no 3º ano e iria deixar a escola, isso me preocupou no dia em que ele me falou que pretendia ir para alguma faculdade em São Paulo. Agora sim meu coração queria explodir, eu sentia que deveria contar tudo a ele, eu não queria que ele saísse, queria continuar a ver ele todos os dias, queria viver com ele sempre. Esse é o primeiro desejo de uma garota realmente apaixonada, e eu ia contar a ele antes que ele fosse embora, eu iria dizer pela primeira vez na minha vida que eu amava alguém, e com certeza eu não me sentia preparada, mas não tive outra escolha.

Minha Vida Como Liz - Cap. 6


Capítulo VI

Desde aquele dia eu sentia que eu devia esquecê-lo porque eu tinha a certeza que eu não era a garota certa para ele, eu tentava fugir desses sentimentos, mas quando parecia distante o suficiente eu me via perdida em meu próprio desespero, Eu havia me habituado ao amor árduo, em que não importa quão rápido você corra, você sempre está preso no ponto de partida, cansado de tudo isso.

Então, como qualquer outra garota eu acabei deixando essa idéia maluca de lado e continuei gostando dele. Todos os dias finais que se seguiram ele sentava no mesmo banco no final das aulas, e todos esses dias eu o observava em silêncio, eu não tinha desistido de gostar dele, mas definitivamente sentia que não deveria conversar com ele, pois talvez isso me machucasse mais.

Surpreendentemente na sexta feira ele não estava lá, me debrucei na grade procurando entre as multidões de pessoas um sinal dele, mas parecia que ele não estava lá, quando me virei trombei com ele novamente e o antigo nervosismo me perseguia, perto dele não conseguia ser a garota que eu era, talvez porque eu estava escondendo meus sentimentos.

- Você está bem? - perguntou ele, e isso fez com que eu ficasse vermelha, para uma garota quando o garoto que você gosta parece demonstrar que se importa com você é como se nada mais no mundo existisse e você realmente se sente importante, afinal que garota não quer ter a sensação de ser amada? Eu era assim, até descobrir que essa sensação pode ser o oposto do que eu queria.

- Err.. eu estava apenas... esperando uma pessoa. - pronto, falei algo que realmente me arrependi depois, é lógico que eu estava esperando uma pessoa, e essa pessoa estava bem na minha frente e obviamente ele pensava que eu estava esperando outra pessoa, não era bem isso que eu queria... então ele respondeu friamente - Entendo, nos vemos por aí. - E saiu, dessa vez eu que tinha cortado o assunto, ele estava ali na minha frente falando comigo e ao invés de falar com ele eu fiz com que ele fosse embora.

Sabe, quando parece que quanto mais próximos estamos de uma pessoa mais distantes estamos? Eu me sentia exatamente assim e parecia que isso me machucava mais, eu queria poder abraçá-lo naquele momento, mas queria que ele gostasse de mim, eu era do tipo de pessoa que não me conformava em amar sem ser amada e não das pessoas que não se importavam com isso para andarem abraçadas com garotos e talvez fosse essa qualidade que me destacava e me excluía daquela sociedade.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Minha Vida Como Liz - Cap. 5


Capítulo V

Não sei dizer o que se passou pela cabeça dele naquele momento, era uma pessoa totalmente difícil de compreender, como se sua mente fosse fechada só a ele mesmo, então cada reação sua era uma incógnita para mim, ele era o tipo de pessoa que podemos chamar de imprevisível. Naquela hora quando pensei que ele iria me ignorar igual fazia com todos os outros ele dirigiu algumas poucas palavras para mim que diziam tudo que minha pergunta enquadrava, ele era uma pessoa de poucas palavras e realmente séria e tudo que me disse naquele momento foi: - Eu não sou o tipo de pessoa que gosta de apresentar trabalhos ou dar palestras. - Depois de escutar aquelas palavras serem dirigidas a mim, meu coração realmente começou a ter um ataque cardíaco, depois de tanto tempo eu estava ali falando com ele, e antes pensei que esse dia nunca fosse chegar, ta aí mais um surpreendente acontecimento do estúpido destino.

Eu não sabia mais o que dizer e ele estava ali olhando minha cara de nervosismo sem que eu pudesse evitar qualquer coisa, então mais uma vez minha boca se descontrolou e perguntou novamente sem que eu pudesse impedí-la: - Por que você sempre anda sozinho? - E parece que dessa vez eu não obtive a mesma sorte da pergunta anterior, pois dessa vez ele não respondeu nada e desviou novamente seu olhar para o nada, meus nervos estavam querendo saltar para fora da pele e meu rosto avermelhava de vergonha, podia sentir que isso estava acontecendo porque na hora tudo ficou quente. Então ele respondeu espontaneamente como se não fosse a primeira vez que o perguntavam isso: - Eu prefiro assim. - Ele respondia tudo perfeitamente, mas matava a conversa de uma forma que eu não sabia como continuar e isso acelerava cada vez mais meu coração e meu nervosismo até que comecei a tremer quando ele me perguntou: - Você é aquela garota do 1º ano que se esbarrou em mim aquele dia, não é? - Eu não sabia se ficava impressionada por ele se lembrar da minha existência ou se eu apenas respondia a sua pergunta, e como a primeira opção não dava em nada optei pela segunda: - sim... me chamo Liz. - E ele disse seu nome, como se eu não o soubesse, e de fato, fingi que não sabia. Então novamente minha força interior faz com que eu pergunte coisas diretas novamente:- Posso me sentar? - Agora sim ele me olhou com uma frieza que só sua resposta poderia ser pior: - O banco não é meu, sente se quiser - Então me sentei, me sentindo um pouco ofendida com as suas palavras rudes, mas procurei ignorar isso e ficamos bons segundos no silêncio total até que ele perguntou algo que novamente me surpreendeu: - Porque veio aqui me perguntar porque eu não estava na apresentação? - Era exatamente isso que faltava pro meu coração saltar pra fora do corpo, será que ele estava pensando que... não, não, até hoje prefiro deixar o que ele pensou de lado, só lembro que naquela hora eu procurava desesperadamente uma resposta para tudo aquilo e novamente minha força interior fez eu manter a calma e pude dar uma resposta decente: - Foi apenas curiosidade, já que você pareceu uma pessoa diferente a primeira vista eu pensei que... fosse legal tentar conversar com você, as pessoas aqui são sempre as mesmas e não sei se estou conformada em conversar apenas com elas. - Ele olhou para mim com uma expressão de surpresa, e minhas palavras não deixaram de ser verdade, então ele respondeu: - Legal, você me surpreendeu dessa vez, geralmente as pessoas vêm falar comigo apenas para encher o saco, as garotas realmente sabem ser superficiais, por isso prefiro não demonstrar interesse por ninguém. - Eu fiquei sem reação no momento que ele me falou isso, não deixava de ser um elogio, mas talvez eu tenha sido a única garota tão falsa para não ter falado a verdade para ele, talvez tenha sido isso que o tenha surpreendido, então quer dizer que no fundo eu sou que nem as outras para ele, só que ele não viu meu verdadeiro lado ainda para que pudesse falar.

Minha Vida Como Liz - Cap. 4


Capítulo IV

Foi no final do 1º ano que falei com ele pela primeira vez, acredite não foi por iniciativa própria, talvez o meu destino tivesse dado um empurrãozinho pra me ajudar, mas é lógico que ele não faz isso a toa e com certeza as coisas pioram depois, por isso eu odeio o destino.

O 3º ano, que era a turma dele, teve de organizar uma palestra sobre DSTs e prevenções, então parece que o público alvo era o 1º ano, não me toquei muito na hora, mas pelo que vi a palestra ia ser algo grande e havia uma semana de preparação na escola à tarde, onde as turmas estavam organizando as coisas, eu estava lá por coincidência organizando o meu trabalho com o meu grupo, e acabou coincidindo com a organização da palestra do 3º ano, terminado o nosso trabalho eu o vi organizando uns textos e cartazes e me surpreendi, não o esperava ali, simplesmente quando vou caminhando dou de cara com ele, sim quase trombei com ele e falei desculpas meio apressadamente, essa foi a primeira vez que falei com ele e ele me dirigiu um olhar diferente, era estranho e calado voltou-se para frente e continuou andando, mas nunca na minha vida eu esqueci aquele olhar.

No dia da palestra ele não apresentou... e no final da aula eu o vi parado sentado no banco do pátio olhando pro nada, foi aí que algo veio a minha mente, se não fosse aquela hora, não seria nunca e sem que eu pudesse resistir, os meus pés já estavam caminhando em sua direção e quando tomei consciência dos meus atos diria que era tarde demais.

Eu fiquei realmente nervosa na hora, e vocês nunca vão entender o significado de nervosismo até que você esteja realmente nervoso e sem pensar por mim mesma minha boca já pronunciava uma frase interrogativa sem que meu cérebro ordenasse - Porque você não se apresentou? - depois que minha boca perguntou isso o meu cérebro ordenou que eu a mordesse pra nunca mais perguntar algo tão estúpido assim. Ele parou de olhar para o nada e se virou pra mim. Sua expressão era fria e sincera, parecia o tipo de pessoa que não mentiria no que dissesse e se naquela hora ele tivesse dito que me amava havia tempo, eu acreditaria, mesmo sabendo que isso não passava de um desejo estúpido meu.

Minha Vida Como Liz - Cap. 3


Capítulo III

Eu pensei que a curiosidade fosse algo bom, mas descobri que era ruim até virar obsessão, eu queria descobrir mais daquele garoto, eu queria saber porque ele agia de forma diferente, queria saber o motivo dele ser assim.

Sabe quando uma garota se apaixona sem perceber? Parece que foi exatamente isso que acontecia comigo, e meus amigos notavam que eu não prestava atenção em nada direito e que passava maior parte do tempo olhando pro céu pela janela da sala, e no recreio apenas queria me preocupar em voltar ao mesmo lugar estratégico para tentar enxergar alguma brecha pra poder falar com ele, aliás, fazia dias que eu queria conversar com ele ou ao menos me apresentar, mas como eu faria isso? Se eu simplesmente chegasse na frente dele - uma garota que ele nem deve saber o nome - ele iria pensar que eu sou uma louca falante e social ou pior, ia pensar que eu estava dando em cima dele, acredite, para uma garota não tem nada pior e mais ansioso do que o garoto que você gosta pensar que você gosta dele sendo que na verdade ele não sabe nem o seu nome ou nada sobre você.

Pensando em um meio de chegar até ele que não seja tão direto eu me perdia cada vez mais nessa obsessão, engraçado como uma coisa tão idiota - um garoto que você viu por aí uma vez - te faz ficar o recreio direto o observando pra no fim não conseguir nada, minha vida era assim no colegial e quer saber.., eu nunca tentei falar com ele porque não sabia as palavras certas, e assim foi quase o ano todo, realmente perdi muitas oportunidades e confesso que me arrependi de não ter falado com ele, mas a nossa história, ou melhor, a que eu criei não termina assim.

Minha Vida Como Liz - Cap. 2


Capítulo II

Como eu havia dito tudo começa com o nascer do sol em uma bela manhã, a escola é realmente o lugar de maior influência na vida das pessoas, é onde todos se conhecem, fazem novas amizades, vão atrás dos garotos e garotas mais bonitos, formam seus grupos, simpatizam-se entre si, e posso dizer que comigo foi exatamente assim, então devo dizer que todos se encaixam nesses grupos, certo? Errado.

Nunca gostei de grupos, mas definitivamente ao longo dos meses fui criando minhas amizades, mas sempre acabava me sentindo meio sozinha, pelo fato de não levar a vida que eu gostaria de levar, e isso sempre me preocupava, as pessoas me irritavam pelo fato de estarem ali, eu sabia que não era bom me sentir tão só, mas mesmo assim me sentia.

O colegial é algo realmente assustador... diria que uma nova etapa na nossa vida e de grande importância nela, para a parte profissional é claro. Eu pensava que todos eram tão normais a ponto de terem seus próprios grupos de amigos, mas me enganei novamente... aquele garoto que eu vi pela primeira vez naquele intervalo com certeza não era igual aos outros - eu podia ter certeza disso - ele não andava com nenhum grupo e parecia não se importar com isso, naquele momento bateu uma vontade de perguntar porque ele era o único que não conversava com ninguém no intervalo, não sabia nem a sua classe, mas logo descobri que era do terceiro ano, o seu nome era Guilherme Araki, mas o chamavam de Gui, isso eu descobri após o observar muito, já que minha idéia maluca de que ele parecia diferente não saía da minha cabeça, percebi que muitas meninas o achavam bonito, o que fez eu descobrir mais coisas a seu respeito, me pareceu bastante popular entre as garotas e não apenas pela sua aparência e também pelo seu desempenho, o garoto era definitivamente diferente.

E foi assim nos dias seguintes, sabe como é a curiosidade... É, no início eu pensei que fosse isso mesmo e quando percebi que não era já era tarde demais.

Minha Vida Como Liz - Cap. 1


Capítulo I

O sol começava a raiar no céu, aquele tão esperado dia finalmente havia chegado, não diria que dias de aula seriam bons, mas também não posso falar que não são e essa história conta parte da minha vida idiota, aliás, a única coisa que foi importante na minha vida. Bom, pelo menos esse é o meu ponto de vista, serei breve e objetiva... Ou talvez não seja tão breve e objetiva, já esperava que a minha vida se mantivesse nas próprias mãos do destino, mas não da pior forma.

As pessoas têm mania de acreditar no “para sempre” que não existe, aliás, as mais sensatas não acreditariam em tal idiotice, mas acontece que o mundo não é feito apenas de pessoas sensatas e talvez seja isso que torne as pessoas mais felizes, ser tolo em acreditar no amor perfeito ou na vida perfeita. Para eu, a vida perfeita é a mesma coisa do “para sempre”, ambos são coisas que as pessoas nunca verão, mas elas continuam tolas em acreditar nisso... Sabe por que eu falo assim? Porque eu era uma delas... Eu acreditava que um dia acharia uma pessoa que realmente pudesse me amar, afinal toda garota sonha com isso, mas conforme a nossa longa vida é tecida pelas mãos do destino nós vamos percebendo que não é bem assim que funciona.

Por isso, a você leitor que está lendo essa história inacabada, não tenho a menor intenção em estragar os seus sonhos ou sua forma de pensar, pelo contrário, não quero que ninguém desista do que sonha, quem sabe o seu destino não seja tão cruel... Mas com toda sinceridade eu posso dizer que ele é... Ele realmente pode ser muito cruel quanto a isso, antes eu pensava que podíamos mudá-lo com o que fazemos e com nossas escolhas e definitivamente nós podemos, só que percebi também que mesmo que façamos nossas escolhas, elas não mudarão o destino, já que ele já é a conclusão final de suas escolhas mesmo após você mudá-la tantas vezes... O que será da minha vida de agora em diante... Sinceramente eu não sei, mas continuo vivendo, não posso deixar a curiosidade no passado, mas sinceramente, depois que uma garota realmente se apaixona ela se torna muito frágil e os garotos nunca entenderão como isso funciona, e não que eu queira acabar com a ilusão do príncipe encantado, mas todos os príncipes a decepcionam algum dia, no meu caso não foi exatamente isso que aconteceu, mas diria que foi algo pior.

Enfim, o que eu queria dizer é que em algum momento da vida as coisas mudam, e isso pode trazer as conseqüências boas e ruins, e que quaisquer que sejam as conseqüências nós devemos nos adaptar a elas, ou simplesmente escolher o que é melhor para nós... Mas para eu não faz tão sentido se não for ao lado da pessoa que amo, e esse é o grande problema, se apaixonar... isso pode acabar com todas as coisas, te deixar tão forte e ao mesmo tempo tão fraca, apenas aprenda a lidar com o amor, porque sempre conviverá com ele... pro resto da sua vida, e ele sempre lembrará você das piores lembranças e é por isso que eu o odeio e odeio as boas lembranças, ao mesmo tempo odeio o vazio que ele causa, e odeio todas as suas consequências.

Engana-se aquele que acha que amar é algo bom, porque , pelos menos para eu não é... As vezes temos que esquecer algumas coisas, mas esse sentimento não deixa e é por culpa dele que todos os outros ruins aparecem... a saudade, a tristeza, o desapontamento e vou lhes contar o porque, então como é algo que não posso ignorar... obviamente conviverei com ele, até o fim da minha vida.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Nunca ande pelo caminho traçado,


pois ele conduz somente até onde os outros foram.


{Alexander Graham Bell}


Ah o amor...


que nasce não sei de onde, vem não sei como e dói não sei porque...


{Carlos Drummond de Andrade}