terça-feira, 17 de setembro de 2013

A sinfonia do vento

A Melhor música para os seus ouvidos: a chuva no telhado. Em silêncio escutava também o som de seus pensamentos tumultuados, gritantes. Logo mais unia-se à sinfonia o tic tac do relógio e o vento que açoitava na janela.
A brisa percorria seus cabelos e trazia um cheiro de terra molhada.
Enquanto lapso, o tempo, decide não passar e perdura infinitamente dentro das perturbações internas do que ainda lhe restava do sentir, o essencial jaz inexistente no tempo.
Estava viva, completamente viva, na ausência das marcações do relógio e fadada à morte conforme os segundos passavam. Era noite, era treva, era incomum a forma que o gélido vento a consumia como fogo.
Dá uma espiada pela cortina e sente-se distante do mundo, perdida, devaneando. Encolhe-se novamente em seu canto tentando entender porque a solidão lhe dá esse conforto de paz.
Então pensa que se a chuva estava ali junto ao som do relógio e do vento, em sinfonia com seus pensamentos, não poderia estar completamente só.

Andressa Liz

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