Talvez,
alguma ventania da noite
sopre certezas.
Liz
domingo, 4 de janeiro de 2015
Vento
Faltam-me palavras
para atingir a essência do teu ser
e ao transparecer sorrisos
tu apenas é.
Apenas ser é impossível de descrever,
por isso, por mais que eu escreva
minhas palavras são nadas
nadas carregados ao vento.
e o vento apenas é.
Andressa Liz
para atingir a essência do teu ser
e ao transparecer sorrisos
tu apenas é.
Apenas ser é impossível de descrever,
por isso, por mais que eu escreva
minhas palavras são nadas
nadas carregados ao vento.
e o vento apenas é.
Andressa Liz
Inverno
Todas as vezes que me perdia
na ventania de uma palavra
sórdida, nua e fria
horas passavam
e a noite virava dia.
Nas mágoas de poemas
de rosas
haviam espinhos
a cravar na pele
e chorava de dor
sobre rimas desdenhosas
que logo manchariam a neve
com sangue, ou vinho.
Andressa Liz
na ventania de uma palavra
sórdida, nua e fria
horas passavam
e a noite virava dia.
Nas mágoas de poemas
de rosas
haviam espinhos
a cravar na pele
e chorava de dor
sobre rimas desdenhosas
que logo manchariam a neve
com sangue, ou vinho.
Andressa Liz
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
Apocalipse
Não penso que o fim
será estrondoso.
Fim é sempre
silencioso.
Tal como lágrimas
ao caírem no chão,
uma paz
na noite
que aparentemente
oculta o
inferno.
O silêncio toca uma única
canção
muda e perigosa,
com efeito,
não de brisa do verão (calma),
mas como geada do inverno. (Estrondosa)
Andressa Liz
será estrondoso.
Fim é sempre
silencioso.
Tal como lágrimas
ao caírem no chão,
uma paz
na noite
que aparentemente
oculta o
inferno.
O silêncio toca uma única
canção
muda e perigosa,
com efeito,
não de brisa do verão (calma),
mas como geada do inverno. (Estrondosa)
Andressa Liz
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
O Poeta das Ignorãças
Voava fora da asa
em cada mergulho na poesia.
Ensinava a voz das pedras,
inventava palavras,
e apenas o que era inventado podia ser verdadeiro.
Em sua carapaça de caramujo
enxergava horizontes
nas palavras que tecia sobre incompletudes.
Dizia estar sem eternidades,
mesmo em cada rascunho eternizando-se nas palavras.
Amanhecia folhas
entardecia rios,
como peixe,
morreu passarinho.
Andressa Liz
Manoel de Barros, 19 de dezembro de 1916 - 13 de novembro de 2014
em cada mergulho na poesia.
Ensinava a voz das pedras,
inventava palavras,
e apenas o que era inventado podia ser verdadeiro.
Em sua carapaça de caramujo
enxergava horizontes
nas palavras que tecia sobre incompletudes.
Dizia estar sem eternidades,
mesmo em cada rascunho eternizando-se nas palavras.
Amanhecia folhas
entardecia rios,
como peixe,
morreu passarinho.
Andressa Liz
Manoel de Barros, 19 de dezembro de 1916 - 13 de novembro de 2014
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Então Pronto
Quando escutei os sinos baterem
já percebi que era o outro dia
de ressaca
a única coisa que ouvia
eram gritos
choros.
E me dava conta
de que não poderia
voltar no tempo.
Mas pensei logo que
se o tempo ajudou a construir
talvez o mesmo
ajude a curar.
Desculpas,
eu devia.
Isso é tudo,
mas o perdão
nunca vem de imediato.
Desculpas,
então,
pronto.
Andressa Liz
já percebi que era o outro dia
de ressaca
a única coisa que ouvia
eram gritos
choros.
E me dava conta
de que não poderia
voltar no tempo.
Mas pensei logo que
se o tempo ajudou a construir
talvez o mesmo
ajude a curar.
Desculpas,
eu devia.
Isso é tudo,
mas o perdão
nunca vem de imediato.
Desculpas,
então,
pronto.
Andressa Liz
Submergir sob silêncios em substâncias das estâncias submersas
Aprendi a ter raiva do silêncio
pois na candura das palavras
encontro conforto
Na ausência
eu sinto solidão.
Por isso a candura do silêncio
só existe quando breve
no momento em que olho nos olhos
no momento em que abraço
e me abstenho de palavras.
O silêncio bom quando efêmero
torna-se martírio quando permanece.
As palavras não ditas sufocam,
me fazem preferir a morte pela doença do risco
do que afogada em mágoas e receios
que dentro de nós perecem.
Andressa Liz
pois na candura das palavras
encontro conforto
Na ausência
eu sinto solidão.
Por isso a candura do silêncio
só existe quando breve
no momento em que olho nos olhos
no momento em que abraço
e me abstenho de palavras.
O silêncio bom quando efêmero
torna-se martírio quando permanece.
As palavras não ditas sufocam,
me fazem preferir a morte pela doença do risco
do que afogada em mágoas e receios
que dentro de nós perecem.
Andressa Liz
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