quinta-feira, 8 de junho de 2023

Lugares para ser aquilo que não se é

 Essa sou eu para ti

Uma ninfa angustiada

Refém da própria natureza.

Uma louca desvairada

que clama por incertezas.

Insuficiente demais,

demasiada demais

Um caos que transborda

lágrimas em diversas cores.

Uma dentre várias flores

carregando seus próprios tons de melancolia.

Um raiar fulminante que procuras nos teus dias

E um aconchego noturno para firmar tuas carícias.

O conforto de um corpo que têm tudo a perder,

refém dos próprios sentimentos, nua

que em uma noite soturna,

troca inseguranças por descontentos, 

em cada palavra que omite dizer.

Não me encaixo na sua vida,

Sou apenas uma longa despedida,

como um sonho em uma noite de verão

Uma pobre tragédia em construção,

frágil e transparente como vidro.

Uma mulher fadada ao destino de Ofélia

fazendo do rio um leito para o seu coração partido

conduzindo uma morte lenta entre lírios.

De fronte ao céu uma jovem bela

Em seu verso, a alma de uma velha

Eternizando assim, seu cruel martírio.


Poderia ser poético,

mas também não me encaixo na sua poesia,

pois o que buscas

está distante de mim

e da nossa maresia.

Soa patético,

mas sei que é o que importa

no fim.

Esforços em vão buscam por alguma resposta.

não há paixão em um insosso contento,

pois só vivemos por aquilo que nos destroça

por dentro.

E essa não sou eu para ti.

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