Voava fora da asa
em cada mergulho na poesia.
Ensinava a voz das pedras,
inventava palavras,
e apenas o que era inventado podia ser verdadeiro.
Em sua carapaça de caramujo
enxergava horizontes
nas palavras que tecia sobre incompletudes.
Dizia estar sem eternidades,
mesmo em cada rascunho eternizando-se nas palavras.
Amanhecia folhas
entardecia rios,
como peixe,
morreu passarinho.
Andressa Liz
Manoel de Barros, 19 de dezembro de 1916 - 13 de novembro de 2014
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