quinta-feira, 24 de julho de 2014

As Ondas

Será que tu sobreviverá às ondas?
Ou talvez seja o retrocesso da maresia
não estive pronta
não foi nada o que era
salgado demais
mas as tormentas no meu interior
criaram furacões.

Seremos os mesmos amanhã?
Ou mudaremos para não sermos o que fomos antes
sendo nós mesmos agora

Em ti, o meu espelho
partido por sentimentos de azar
e não anos que se arrastam sem sentido
para tentar dar forma
ao que gostaria de ser amanhã.

O sol tece seu percurso sob o mar
amar, eu-me-ei se na velhice
não eu, mas nós-nos-emos
se solidão.

O meu espelho de ti passado
quebrado percebo
que preciso de tempo
para me recompor em outro objeto.

Sentimento concreto é palpável
pelas tuas mãos.

Mas o meu silêncio perpetuará
os próximos dias de maresia
que podem durar anos de azar
pelo meu espelho quebrado,
mas a água transparente
ainda reflete a minha tormenta.

Sobreviverei às ondas?
Nada posso por ti
se nada poderei
por mim, além do que serei.

Não, morrerei!
Como o dia através do céu
vira noite.



Andressa Liz

terça-feira, 22 de julho de 2014

A vida do poeta é para ser invadida, tal como este invade os corações alheios a procura de algo para colocar em seus poemas.
Não tenha medo de entrar, minhas portas estão sempre abertas, mas tome cuidado pra não se perder no meio da bagunça.



Liz

sábado, 12 de julho de 2014

Palavras e poemas

Se me engano
com todos esses amores efêmeros
bem sei que no fim
talvez não consiga ter o que queira.
Não é um motivo para desistir,
apenas um desabafo
em forma de versos.
O que busco em meio aos meus riscos
é apenas uma chance
de conseguir me enganar
pois se no fim eu não conseguir
o que tanto quero,
ao menos me dei outra chance
de amar.
Pode não significar muito,
ora significar tudo
e no desenrolar dessa história
fica o sentimento mudo
em palavras e poemas.


Andressa Liz

quarta-feira, 9 de julho de 2014

A minha densidade inundou o teu vazio
E tu se afogou na minha profundidade.

Deixou a verdade pendendo por um fio

Era tudo mentira, no fim
Por medo de mim, fugiu.




Andressa Liz

terça-feira, 8 de julho de 2014

Um tempo

Pedem um tempo
e tu finalmente percebe
que não adianta perder o tempo
com propostas vagas
e angústias insossas
para proporcionar tempo a alguém
que não se importa.
Pedem um tempo
e tu se da conta
que quem perde tempo
é ninguém além de si mesmo.
Perdem um tempo
e uma oportunidade de ser feliz
pela indecisão clara.
O medo promíscuo da sinceridade
pede passagem pelos apertos
do coração.
Pedem um tempo
Perdem um tempo
E tu se perde no tempo
que pede por um fim.



Andressa Liz


segunda-feira, 7 de julho de 2014

"E pouco a pouco, as dores viram água, viram memória. As memórias vão com o tempo, se desfazem, mas algumas não encontram consolo, só algum alívio nas pequenas brechas da poesia."




Filme: Elena, 2012

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Bem-te-vi

Bem-te-vis barulhentos
naquele início de tarde
que nos encontramos
e bem te vi
O casal de pássaros
pousou na árvore ao nosso lado.

Essas últimas semanas
Mal te vi por aqui

e hoje mal te vejo em qualquer lugar.



Andressa Liz