quinta-feira, 24 de julho de 2014

As Ondas

Será que tu sobreviverá às ondas?
Ou talvez seja o retrocesso da maresia
não estive pronta
não foi nada o que era
salgado demais
mas as tormentas no meu interior
criaram furacões.

Seremos os mesmos amanhã?
Ou mudaremos para não sermos o que fomos antes
sendo nós mesmos agora

Em ti, o meu espelho
partido por sentimentos de azar
e não anos que se arrastam sem sentido
para tentar dar forma
ao que gostaria de ser amanhã.

O sol tece seu percurso sob o mar
amar, eu-me-ei se na velhice
não eu, mas nós-nos-emos
se solidão.

O meu espelho de ti passado
quebrado percebo
que preciso de tempo
para me recompor em outro objeto.

Sentimento concreto é palpável
pelas tuas mãos.

Mas o meu silêncio perpetuará
os próximos dias de maresia
que podem durar anos de azar
pelo meu espelho quebrado,
mas a água transparente
ainda reflete a minha tormenta.

Sobreviverei às ondas?
Nada posso por ti
se nada poderei
por mim, além do que serei.

Não, morrerei!
Como o dia através do céu
vira noite.



Andressa Liz

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