copos,
pratos,
garfos,
tratos,
descartáveis
e baratos
amores feitos de plástico
não se usa outra vez
pro lixo, por capricho
tanto faz,
tanto fez.
Andressa Liz
quinta-feira, 10 de abril de 2014
Indecifrável
Curioso esse teu silêncio
que me faz queimar por dentro
morrendo de ansiedade
em cada olhar teu.
As janelas da tua alma são escuras
opacas,
um mistério atrás da vastidão azul do céu
me tira a calma
onde posso ver, mas não enxergar
feito claridade em um breu.
A imagem indecifrável
me pegou de surpresa
poderia até ser engano
mas não posso fugir dos sonhos
temendo a certeza
de que desde já te amo.
Andressa Liz
que me faz queimar por dentro
morrendo de ansiedade
em cada olhar teu.
As janelas da tua alma são escuras
opacas,
um mistério atrás da vastidão azul do céu
me tira a calma
onde posso ver, mas não enxergar
feito claridade em um breu.
A imagem indecifrável
me pegou de surpresa
poderia até ser engano
mas não posso fugir dos sonhos
temendo a certeza
de que desde já te amo.
Andressa Liz
terça-feira, 8 de abril de 2014
Vulcânico
que mentira fez romper em prantos
a memória velha gasta
a história perdida no tempo
esquecerás
esquecereis
querereis
partir
e nunca mais voltar
desta mágoa que consome
tua alma negra como a dor
escuro dia do meu amor.
Quererás voltar
mas terei partido.
Volte às chamas de saudade
e chames a calma
à tua espera
do outro lado do oceano
mares hediondos não chegaram à tua costa
Tuas costas como vulcões
entorpecidos pela serenata de esperanças
do que acreditara ter sido certo
se amor nunca é certo
em inconstâncias de vidas
perdidas
partidas
como nossos corações
eternamente em brasa
adormecidos
e nunca domados
em erupção,
hão de cuspir lava
Andressa Liz
a memória velha gasta
a história perdida no tempo
esquecerás
esquecereis
querereis
partir
e nunca mais voltar
desta mágoa que consome
tua alma negra como a dor
escuro dia do meu amor.
Quererás voltar
mas terei partido.
Volte às chamas de saudade
e chames a calma
à tua espera
do outro lado do oceano
mares hediondos não chegaram à tua costa
Tuas costas como vulcões
entorpecidos pela serenata de esperanças
do que acreditara ter sido certo
se amor nunca é certo
em inconstâncias de vidas
perdidas
partidas
como nossos corações
eternamente em brasa
adormecidos
e nunca domados
em erupção,
hão de cuspir lava
Andressa Liz
Alma na lama
Alma
na
lama
faz a
mala
e parte...
para onde?
Limbo
ou marte?
ou ainda,
inferno vermelho
ardente escarlate
Terra
na lama tem terra
e tem alma no lodo.
A guerra
não espera
esse caminho todo.
Andressa Liz
na
lama
faz a
mala
e parte...
para onde?
Limbo
ou marte?
ou ainda,
inferno vermelho
ardente escarlate
Terra
na lama tem terra
e tem alma no lodo.
A guerra
não espera
esse caminho todo.
Andressa Liz
segunda-feira, 7 de abril de 2014
Vazios
Já não preciso da arte para preencher meus vazios
nem amores, nem cores, dores ou flores
Meus vazios são impreenchíveis
Como buracos negros,
engolem tudo em volta,
distorcem a matéria
desintegram sentimentos.
Mas a arte não torna a vida mais bela
a arte é bela por si só
não serve para preencher os tais buracos,
serve para nos criar vários mais
e nos levar a outra dimensão.
Deixa o vazio,
deixa o vazio
o mais profundo sentimento seria superficial
se pudesse simplesmente ser preenchido.
A arte não preenche, nem é preenchida
minha arte de viver, me faz também morrer.
Não,
não quero religiões
ou grandes coleções
vícios
amantes.
Quero o vazio da solidão
o prazer sutil da dor
inconstante
que nos afeta impiedosamente
mas nos faz viver e sentir que estamos vivos
a cada instante.
O vazio está em nós,
faz parte de nós
deixe-o estar.
E quando a dor apertar
só abstrair, fingir não ligar.
Afinal, buracos negros regem universos
e são necessários para transformar mundos
avessos, versos
e ainda manter equilíbrios.
Os vazios são mutáveis
nos tiram a calma
se a arte não foi feita para preencher corações
nem tranquilizar a alma
nos fere por dentro e transforma
por fim, transborda.
Não há vida onde não existe sentimentos
ou dor
sejam eles meros devaneios efêmeros
ou eternos casos de amor.
Andressa Liz
"A arte foi feita para transformar, não para preencher ou embelezar, pois todos nós estamos em constante transformação. Logo, não há sentimentos para preencher se a arte foi feita pra incomodar, e nos fazer sentir ainda mais nosso eterno vazio. E assim, transbordar."
by Liz
nem amores, nem cores, dores ou flores
Meus vazios são impreenchíveis
Como buracos negros,
engolem tudo em volta,
distorcem a matéria
desintegram sentimentos.
Mas a arte não torna a vida mais bela
a arte é bela por si só
não serve para preencher os tais buracos,
serve para nos criar vários mais
e nos levar a outra dimensão.
Deixa o vazio,
deixa o vazio
o mais profundo sentimento seria superficial
se pudesse simplesmente ser preenchido.
A arte não preenche, nem é preenchida
minha arte de viver, me faz também morrer.
Não,
não quero religiões
ou grandes coleções
vícios
amantes.
Quero o vazio da solidão
o prazer sutil da dor
inconstante
que nos afeta impiedosamente
mas nos faz viver e sentir que estamos vivos
a cada instante.
O vazio está em nós,
faz parte de nós
deixe-o estar.
E quando a dor apertar
só abstrair, fingir não ligar.
Afinal, buracos negros regem universos
e são necessários para transformar mundos
avessos, versos
e ainda manter equilíbrios.
Os vazios são mutáveis
nos tiram a calma
se a arte não foi feita para preencher corações
nem tranquilizar a alma
nos fere por dentro e transforma
por fim, transborda.
Não há vida onde não existe sentimentos
ou dor
sejam eles meros devaneios efêmeros
ou eternos casos de amor.
Andressa Liz
"A arte foi feita para transformar, não para preencher ou embelezar, pois todos nós estamos em constante transformação. Logo, não há sentimentos para preencher se a arte foi feita pra incomodar, e nos fazer sentir ainda mais nosso eterno vazio. E assim, transbordar."
by Liz
domingo, 6 de abril de 2014
Os (nem tão) sutis anos que passam...
Vejo o dia, o tempo, o documento apontando minha mais nova idade, supostamente uma mudança brusca na vida dado os 18 anos que se concretizam agora. O que muda? Os cigarros que posso fumar para espantar o martírio do tempo fugaz como a fumaça do trago? A bebida que posso ingerir para afogar meu organismo mal metabolizado em uma poça de álcool, vinho, whisky, cerveja, a escolher? A responsabilidade que nos habilita adquirir direitos obrigatórios como cidadãos feitos?
O feitio da vida longe está de ser apenas uma data memorável, mas sim os anos que passam rápido em piscar de olhos. Os amores indigestos que nos perturbam nas madrugadas boêmias agora totalmente legalizadas por uma simples diferença de unidade na casa decimal. Sinto a essência do querer e poder, sutil, disfarçada com o embargo da consciência. Ah, essa vida sequelada de devaneios obscuros e agora concretizados. Não há diferenças marcantes da noite pro dia sentimentalmente perceptíveis, talvez pela instabilidade.
A distância nos afeta, curta no tempo ligeiro. Me faz ansiar, mais e mais para que passe. Sinto uma enorme vontade de envelhecer e ao mesmo tempo medo, medo do que o futuro e sabedoria nos proporciona. Os anos correm como balas que atravessam nossos corpos, cérebros, corações e nos deterioram a alma. Buracos profundos cravejados de estilhaço com sangue vermelho a escorrer. Sangramos aqui dentro e o mundo sangra lá fora. Nós, perdidos na noite, jovens astutos demasiado verdes, portanto amargos.
Há quem diga que a idade nos faz sábios, nos traz mudanças, nos acolhe com abraços e beijos e nos separam com empurrões e escarros. Escárnio da vida que abusa do nosso eterno defeito de não saber lidar com intermediários, futuros e equilíbrios.
Posso devanear a vontade agora, digerindo toda essa melancolia que vem de brinde junto com os cartões de parabenização e feliz aniversário. As mudanças veremos ao longo dos dias, umas felizes, outras nem tanto. Enquanto isso o sentimento ranzinza aflora sutil e intrinsecamente. No aguardo do que mais posso absorver desse disparar do relógio.
Andressa Liz 06/04/1996
O feitio da vida longe está de ser apenas uma data memorável, mas sim os anos que passam rápido em piscar de olhos. Os amores indigestos que nos perturbam nas madrugadas boêmias agora totalmente legalizadas por uma simples diferença de unidade na casa decimal. Sinto a essência do querer e poder, sutil, disfarçada com o embargo da consciência. Ah, essa vida sequelada de devaneios obscuros e agora concretizados. Não há diferenças marcantes da noite pro dia sentimentalmente perceptíveis, talvez pela instabilidade.
A distância nos afeta, curta no tempo ligeiro. Me faz ansiar, mais e mais para que passe. Sinto uma enorme vontade de envelhecer e ao mesmo tempo medo, medo do que o futuro e sabedoria nos proporciona. Os anos correm como balas que atravessam nossos corpos, cérebros, corações e nos deterioram a alma. Buracos profundos cravejados de estilhaço com sangue vermelho a escorrer. Sangramos aqui dentro e o mundo sangra lá fora. Nós, perdidos na noite, jovens astutos demasiado verdes, portanto amargos.
Há quem diga que a idade nos faz sábios, nos traz mudanças, nos acolhe com abraços e beijos e nos separam com empurrões e escarros. Escárnio da vida que abusa do nosso eterno defeito de não saber lidar com intermediários, futuros e equilíbrios.
Posso devanear a vontade agora, digerindo toda essa melancolia que vem de brinde junto com os cartões de parabenização e feliz aniversário. As mudanças veremos ao longo dos dias, umas felizes, outras nem tanto. Enquanto isso o sentimento ranzinza aflora sutil e intrinsecamente. No aguardo do que mais posso absorver desse disparar do relógio.
Andressa Liz 06/04/1996
quinta-feira, 3 de abril de 2014
Mais um segundo, menos um segundo
Como posso ter calma
se a cada segundo que passa
é menos um segundo que tenho?
Como posso esperar
e aquietar a alma
se o tempo esvai como fumaça
em um trago de cigarro?
Quanto tempo o tempo leva
pra me dar tempo de ser
ou fazer o que eu quero?
Não sei se espero
um mero devaneio.
O que diria a paciência
quando não tenho mais minutos sobrando
no relógio da vida?
Uso o tempo alheio?
Já que os ponteiros não param
com goles de bebida.
Como posso não queimar sentimentos
vomitar palavras,
nem viver de angústias,
nem de tormentos
correr contra as horas,
e cometer vários erros,
nem criar demoras
ou adiantar os ponteiros?
Como posso não exagerar,
não me entregar ou arriscar?
Se tudo o que o tempo faz
é simplesmente passar...
e passa depressa
passa sem dó,
mas ainda enquanto espero
o risco é maior.
Andressa Liz
se a cada segundo que passa
é menos um segundo que tenho?
Como posso esperar
e aquietar a alma
se o tempo esvai como fumaça
em um trago de cigarro?
Quanto tempo o tempo leva
pra me dar tempo de ser
ou fazer o que eu quero?
Não sei se espero
um mero devaneio.
O que diria a paciência
quando não tenho mais minutos sobrando
no relógio da vida?
Uso o tempo alheio?
Já que os ponteiros não param
com goles de bebida.
Como posso não queimar sentimentos
vomitar palavras,
nem viver de angústias,
nem de tormentos
correr contra as horas,
e cometer vários erros,
nem criar demoras
ou adiantar os ponteiros?
Como posso não exagerar,
não me entregar ou arriscar?
Se tudo o que o tempo faz
é simplesmente passar...
e passa depressa
passa sem dó,
mas ainda enquanto espero
o risco é maior.
Andressa Liz
Assinar:
Postagens (Atom)