terça-feira, 24 de junho de 2014

No fim

Eu que soube te amar
e decifrar astutamente o teu ser
percebi no auto-desgaste inconstante
aptidão para um vazio eterno de solidão.
Não há aconchego nos teus olhares
nem palavras a saírem da tua boca.
A frieza é imprescindível
e teu calor inacessível,
uma prisão para o meu anseio
em te desejar
e assim me sinto livre
para simplesmente amar.
Em cada sinceridade das minhas palavras
Vi o medo a tingir tua alma
afastar de ti o meu querer
na distância que cresce em teu pesar.
Ora se estou tão próxima do fim
não há porque zelar pelo cuidado
Nem há motivos para reverter minha paixão
ao nada.
Nós que estamos juntos, estaremos sós
nós que estamos sós, estaremos juntos
E mais do que isso
destrocei todos os vazios em versos
sob meu mais profundo caos
e destrinchei as palavras que te assustam
todas as que mais teme ouvir
pelo pesar da consciência
por já não querer mais sentir.
Não há liberdade na solidão
de quem se prende ao profundo medo
mas há paz na compreensão
de quem ainda ama.
Esse é meu segredo
temendo revelar a ti
e te afastar de vez
por conta do meu apego
Se assim, tanto fez
talvez ainda me queira
no fim.

No entanto, irei
embora


Liz

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