quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Pequenos Infinitos

  As palavras não significam nada enquanto sentimentos são interpretados com distância. Não há importância em apenas uma estrela quando o céu escuro está repleto delas. O amor ás vezes se parece com as estrelas perdidas na imensidão do universo, sempre belo quando compartilhado. Apenas uma estrela não faria diferença em uma noite escura, passaria tão despercebida quanto o meu amor. Distante. Perdido na imensidão dos meus vazios. Teus vazios. Nossos vazios.
  A velha história oxidada por mentiras devoradoras de ilusões. Promessas Pérfidas. A caótica mente de quem deseja mais do que se pode alcançar em uma vida arrasadora de corações. As palavras proferidas viram veneno quando espalhadas sobre o ópio. Além do tempo, que já não mais existe. A raposa que se alimentou da presa debilitada adoeceu vagarosamente.
  Agora diante da imensa podridão deixada pelos rastros da tua presença se chocam os sentimentos antes fortalecidos e agora putrefatos. Padeço diante da mísera inconsequência do acaso mas sem arrependimentos pelo dito e afirmado. Deveria ser assim porque o foi e apenas isso basta. A justificativa está no mal entendido e na tua vasta incompreensão fétida, tanto pelas verdades quanto pelas mentiras proferidas.
  Não se pode acertar sempre e nem estufar o peito de certezas, porém sentimentos criados e nutridos prevalecem reais. Aquém de nós estava esse amor. E impiedosamente as palavras tentaram ferir quem já há muito cansava-se de presenciar sempre a mesma sequencia de episódios trágicos. Já não me importava pois não mais estava cegamente dependente do que nutria. Nós não matamos pessoas, nós mesmos nos matamos e nos destruímos.
   Porém, o que resta dentro de nós é suficientemente forte para nos erguer diante de nossas claras derrotas. Não há escuridão que não possamos iluminar com a simples vontade de querer. Saber lidar com o que não queremos também é querer. E pela primeira vez eu quis. Quis enxergar a chama que me ofuscava transformar minhas cartas em cinzas e sorrir pois o fogo não nos queima a memória. Quis lembrar de todo o princípio, meio e fim. E por fim, para o fim eu quis não ver nunca mais um começo, mas sim os vários que eu poderia criar quando o inacabável terminasse.
   O problema do 'sempre' é apenas a sua efemeridade paradoxal e não a sua provável inexistência. O sempre existe enquanto acredita-se em sua existência. Nós vivemos desses pequenos infinitos, e se não adianta evitar, apenas basta ser.


Andressa Liz
 

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