Há diálogos, há pessoas, há noites, há sentimentos que deveríamos poder simplesmente apagar dentro de nós. As coisas maravilhosas que vivenciamos adoram contribuir para nossa destruição futura. Não deveríamos nos apegar tanto a lembranças, são elas que podem facilmente nos destruir. O que daquilo foi real? O que ainda é real?
As ruas são quietas à noite. A memória fala mais alto. O vazio se estende pelo horizonte de concreto, há um farfalhar de árvores.
Cresce em mim uma vontade absurda de partir. Partir e nunca mais voltar. Mas eu voltarei. Talvez, talvez eu volte. As lembranças andam comigo por qualquer estrada ou avenida. Os rostos conhecidos estão se misturando e se perdendo em cada janela, em cada prédio. As vozes não cantam, gritam em uníssono a cada quarteirão ou esquina que passo. Adeus!
Adeus...
Andressa Liz
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