segunda-feira, 12 de março de 2012

Perpetuar


Eu sei que você não me pertence, nunca me pertenceu. Na verdade o que pertencia a outra pessoa era seu coração, tal como o meu lhe pertencia.
Continuo a amar-te mais do que posso amar, aprendi a não desejar-te mais cada vez que nossos caminhos se cruzam e seu cheiro passa por mim como uma suave fragrância de um veneno mortal, se eu me permitisse respirar.
Confesso que não aprendi a deixar de pensar nas caras alegres e bobas, de sorrir ao ver seu sorriso bonito e alegre, não deixei nada dos seus pequenos detalhes de lado, quando o observo, vejo, sinto cada um deles.
É verdade que deixei de desejar o que já não está ao meu alcance, mas você faz parte do meu cotidiano, das lembranças e do que guardo aqui dentro, nas melhores repartições de amizade. Amo teu olhar, teu cheiro, teu abraço, teu jeito alegre e meio bobo, amo tanto que foi assim que deixei de desejar tanto quanto eu antes desejava.
Não pense que minhas intenções são traiçoeiras, pois não são. Não pense que minhas esperanças talvez não sejam eternas, porque elas são. Não pense que o que carrego comigo é momentâneo e passageiro, ou que não é realmente verdadeiro, porque o que carrego comigo é contínuo, perpétuo e verdadeiro, sempre verdadeiro.

Andressa Liz

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