Essa sou eu para ti
Uma ninfa angustiada
Refém da própria natureza.
Uma louca desvairada
que clama por incertezas.
Insuficiente demais,
demasiada demais
Um caos que transborda
lágrimas em diversas cores.
Uma dentre várias flores
carregando seus próprios tons de melancolia.
Um raiar fulminante que procuras nos teus dias
E um aconchego noturno para firmar tuas carícias.
O conforto de um corpo que têm tudo a perder,
refém dos próprios sentimentos, nua
que em uma noite soturna,
troca inseguranças por descontentos,
em cada palavra que omite dizer.
Não me encaixo na sua vida,
Sou apenas uma longa despedida,
como um sonho em uma noite de verão
Uma pobre tragédia em construção,
frágil e transparente como vidro.
Uma mulher fadada ao destino de Ofélia
fazendo do rio um leito para o seu coração partido
conduzindo uma morte lenta entre lírios.
De fronte ao céu uma jovem bela
Em seu verso, a alma de uma velha
Eternizando assim, seu cruel martírio.
Poderia ser poético,
mas também não me encaixo na sua poesia,
pois o que buscas
está distante de mim
e da nossa maresia.
Soa patético,
mas sei que é o que importa
no fim.
Esforços em vão buscam por alguma resposta.
não há paixão em um insosso contento,
pois só vivemos por aquilo que nos destroça
por dentro.
E essa não sou eu para ti.