terça-feira, 26 de novembro de 2019

Maybe


The winds have not changed
Sometimes i think more than do
Actually, it happens more than I think.
I just want to vanish
But there stands you and the future
And it’s really hard
Letting this all go
Without a single try.
But when I want to
I feel like all doors close
Behind me
And I am alone
Not lonely
but
A l o n e.
I think I dont belong here
In this kind of world.
I was not made to do this
it’s freaking scary
And this idea frightens me
To Death.
But then I think again
That I should at least try
And this process is interminate,
Maybe someday I learn
How to be here
Or maybe someday
I am not here
anymore.

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Quando

Quando busco vaga-lumes
Sou escuridão
Quando quero flores
Vendável
Se me cantam num canto
Fico surda
se pedem lógica
Sou animal.
Quando incomodo
Sou floresta,
selvagem,
Canibal.
Mas à mesa
Me comporto,
Sou janta e almoço
Gozo e desgosto
Da civilização.
Se me permito
Sou anarquia
Morte
Distopia,
Se não viro caramujo
sou barata,
Bicho sujo.
Me chamam poesia
sensibilidade, harmonia
Mas sou Atlas
escrava do mundo
Sou a Cruz
E vagabunda,
santa e imunda.
Pois,
Quando querem brisa
Sou ventania
Chamam-me rosa,
Mas também sou espinho.
Sou início
Campo de guerra
sangue
corpo
terra
e ninho.

Quando preciso, sou aurora
Quando canso, anoitecer
Quando choro, alvorada
Quando sou,

Mulher.


Andressa Liz

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Viena

Hoje escutei Viena do Billy Joel,
e me doeu,
pois eu sabia que falava de mim.
Acontece de nos apaixonarmos
por lugares onde nunca estivemos.
Eu sou apaixonada por Viena
e Viena é o futuro
que me assombra.
Mas como ele já dizia,
Você não pode ser tudo o que deseja
antes do tempo.
Ciente disso, sangro.
Viena me espera.



Andressa Liz

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Ao seu lado

Não sei se você percebeu
mas ontem a noite eu chorei
muito
e meu sorriso tentava esconder
a cratera que o mar de lágrimas
deixara em meu rosto.

Hoje vivo
na esperança de dias melhores
e o amanhã que tanto me sufoca
é o mesmo que me mantém
aqui,
ao seu lado.


Andressa Liz

domingo, 13 de agosto de 2017

Almas durante a noite

O cantar de pássaros não me agrada mais
nem o cheiro de café recém feito
ou o passar dos dias e banhos de luar
sonhos que a muito tempo ficaram para trás

São dolorosos os caminhos estreitos
e a ansiedade que me aperta o peito 
não são como as calorosas borboletas a habitar meu estômago
em dias que mal consigo recordar

Queria que os meus sorrisos transcendessem ao anoitecer
e sentir os calafrios do proibido
porque hoje nem mesmo a maior ternura que imagino me atrai
como são pássaros, café fresco e a chuva que espero bater no telhado

As músicas do cotidiano carregam a melancolia
que tinge de preto e branco os meus dias

E com o pesar de quem ama
ou amava a vida
tento sobreviver a esses tempos
de loucura desmedida.



Andressa Liz

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Libélulas

Sempre que estamos
À beira de um
Precipício
As palavras nos libertam
Daquilo que não se pode nomear
Com o nosso tão vasto vocábulo
E por isso encontro libélulas na madrugada
Ágeis como a conexão entre imagem e palavra
Já que os sentimentos, quando assim os chamamos,
Não existem.

Escolho libélulas, então.


Andressa Liz

terça-feira, 29 de novembro de 2016

À deriva

Parece um inferno
Tal descontrole de sentimentos
Queria saber amar
Os anos mais que os dias
E no futuro onde eu me encontrar
Olhar para trás sem o arrependimento dos momentos em que não deixei as palavras em cima da mesa.
Mas quando não há certezas
Resta-nos a impaciência
De olhar de instantes em instantes o relógio
Com a dor de quem está desperdiçando uma vida.
Me encontro, várias vezes à deriva
Como quem se perde no mar de indecisões
Procurando chão firme antes de se afogar
Enquanto devo adimitir que acho lindo o abraço perigoso e gélido do mar.
E receio também adimitir que suas ondas me movem em um ritmo lento como se eu fosse chegar em algum lugar desconhecido por mim, e até isso eu acho isso lindo. Mesmo nunca chegando em tal lugar.
Tenho que confessar todos esses anseios perigosos de morrer, porque se eu não os sentisse, como poderia estar viva?
E até o melhor de mim me mata.

O fogo que me move espalha-se com tanta intensidade que queima até mesmo os meus sonhos e desejos. Como apagar o que me move sem me apagar ou como controlar o fogo e a a ventania que o espalha? É algo assim que chamo de inferno.
E os dias que se transformam em noites
Ou as noites que se transformam em dias
Já não fazem mais diferença.
Não há sentido em esperar os anos.
Tal como não fez sentido nenhum dia em que corri tentando fugir de mim mesma.

Escrevo na esperança de que isso me ajude a me entender melhor, caso em algum momento no futuro eu sinta falta de alguma explicação sobre como me tornei aquilo.
Eu converso várias vezes com um suposto fantasma de mim do futuro
E tento explicar a ele que eu tentei todos os dias ser uma pessoa melhor para mim mesma.
E por incrível que pareça, eu o acabo assombrando.

No fim de tudo, só queria dizer que
Os sonhos mais lindos são aqueles que nos matam
A vida mais vivida é aquela que morre
Várias vezes na mesma incerteza
E nós somos apenas corpos a deriva
Rumo a lugar nenhum
Tudo isso parece triste
Mas de um certo modo
Ainda acho lindo.

Andressa Liz