Penso que a curadoria de nada valeria se não pudesse ser detentora de uma linguagem artística. Ela busca uma união de elementos em uma exposição de arte, busca tecer diálogos entre as obras, uni-las por uma ideia própria do curador e essa ideia tem o poder de transformar toda a exposição aos olhos do público, e o espectador não presencia apenas obras de arte para apreciá-las separadamente, o espectador presencia outra obra que está nas entrelinhas precisamente articulada com as obras artísticas, e essa ideia também é sentida, como a arte. Essa união promovida pelo curador pode ser tão visível quanto as obras expostas dentro de uma galeria, e essa ideia embora sempre possa contar com finalidades específicas diante de cada público nunca extingue-se em si mesma, trazendo o público para dentro da exposição, imerso em uma ideia pré-programada do curador. Assim, a imersão dentro de cada obra de arte é valorizada o máximo possível nesse lugar onde todos secretamente já se encontram imersos pela presença do curador, tanto quanto a de qualquer outro artista, a galeria de arte.
Não poderíamos dizer então que o curador seria um artista?
Andressa Liz
Nenhum comentário:
Postar um comentário