Sinto a frequente ansiedade que me devora as entranhas. Um momento de profundo desentendimento comigo mesma e a constante permanência do incômodo do meu próprio ser dentro do meu pensamento. Ora sei que não sou nada mais além de uma passageira dessas vivências efêmeras, ora não compreendo até quais lugares poderia chegar por meio dessas vias. A verdade é que já não penso mais por mim mesma, pois já não sei o que de tudo isso ainda faz parte de mim, estou aos pedaços por aí, jogada pelos cantos... vez carcaça para urubus, vez pedra preciosa inacessível. Sinto que me roubam cada dia mais esse pouco de mim que resta por aqui, sinto que expulsam cada dia mais esse pouco de mim que resta por aí. Sinto que não sou mais nada, que não pertenço a nada e que nunca pertencerei. Talvez inconstâncias do tempo, talvez o inconveniente da vida, talvez eu e meus devaneios tolos, ou sentimentos a torturar. Uma noite, um dia, uma semana, um ano, uma vida, já não sei, mas até saber não terei mais tempo e isso também me angustia.
Andressa Liz
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